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MPF é contra colheita de soja em área indígena desocupada em Mato Grosso

Produtores alegam que as lavouras abandonadas podem contribuir para disseminar a ferrugem asiática, doença que reduz a produtividade da sojaO Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso se manifestou contrário ao pedido dos produtores rurais que ocupavam a terra indígena Marãiwatsédé, de retornar às fazendas para fazer a colheita e o controle de pragas e doenças em lavouras de soja abandonadas após a expulsão dos não índios em janeiro deste ano. A terra indígena, de 165 mil hectares, está localizada nos municípios de Alto Boa Vista, São Felix do Araguaia e Bom Jesus do Araguaia, na região noroeste de Mato Grosso. No pedido, os p

Segundo o MPF/MT, os produtores têm recorrido à Justiça Federal pedindo autorização para retornar à área para aplicar defensivos agrícolas e colher a safra de soja. A procuradora Vanessa Ribeiro Scarmagnani, que se manifestou sobre o pedido de um dos fazendeiros, afirmou que “a partir do momento em que foi reconhecida a ilicitude da posse e a má-fé daqueles que ocupavam a terra indígena, cessou qualquer direito dos não indígenas sobre a área ocupada”.

A procuradora afirmou que compete à União, por meio do Ministério da Agricultura e da Fundação Nacional do Índio (Funai), adotar as providências para a aplicação de defensivos agrícolas para prevenir o surto de ferrugem asiática.

– Inexiste direito à aplicação de defensivos agrícolas ou de colheita da safra cultivada, uma vez que, com a desintrusão da terra indígena, as ações para conservação dos bens devem ser levadas a efeito pela depositária (Funai) e pela proprietária d.a área (União).

A Justiça Federal tem indeferido os pedidos dos fazendeiros, diz o MPF.

Aprosoja

De acordo com avaliação da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT), mais de 341 mil hectares de soja cultivados em torno da terra indígena Marãiwatsédé, que correspondem a 4,3% da área cultivada com oleaginosa no Estado, correm alto risco de serem infectados pela ferrugem asiática. A entidade lembra que as terras tiveram de ser abandonadas desde dezembro pelos produtores por força da retirada dos ocupantes não índios.

O diretor-técnico da Aprosoja, Nery Ribas, afirma que parte dos mais de três mil hectares de soja plantados nas terras Xavantes está tomada pela ferrugem.

– O momento é de redobrar a atenção, os cuidados e o controle das aplicações de fungicidas nas lavouras vizinhas – afirma o técnico. 

Agência Estado
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