Segundo o documento do MPF, os acusados usaram dados confidenciais da operação para ter lucros com ações das companhias na Bolsa de Valores de Nova York. Luiz Gonzaga Murat Júnior teria adquirido 35.700 ADRs da Perdigão listadas na Bolsa de Nova York, totalizando US$ 939.708,00 em nome da empresa Brackhill Investments Inc. Já Romano Ancelmo Fontana Filho adquiriu 36.000 ADRs da Perdigão, somando US$ 827.315,40 para si próprio. E Alexandre Ponzio Azevedo comprou 14.00 ADRs da Perdigão, totalizando US$ 269.919,95 em nome da corretora norte-americana Charles Schwab & Co.
A Justiça Federal poderá acolher a denúncia ou não. Caso condenados, os executivos estão sujeitos a penas de um a cinco anos de reclusão e multa de até três vezes o valor da vantagem obtida em decorrência do crime. É o primeiro caso de vazamento de informação que pode virar uma ação penal, o que já era possível desde 2001. Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o assistente da acusação do MPF é o procurador-chefe, dr. Alexandre Pinheiro dos Santos.
A Sadia preferiu não comentar o assunto, dizendo, por meio de sua assessoria de imprensa, que os acusados não fazem parte do quadro de funcionários da companhia.