? Vamos apurar se essa tragédia foi em decorrência apenas do fenômeno da natureza, no caso a chuva, ou se houve fragilidade e inadequação na construção da obra. São questionamentos que só a perícia vai apontar. Temos que ter cautela. Vários órgãos serão notificados ? afirmou o procurador-chefe do MPF no Piauí, Kelston Pinheiro Lages.
Segundo o governo do Estado, há 15 dias, quando a represa atingiu nível máximo, 1,2 mil pessoas foram retiradas do local, por precaução. Elas, entretanto, retornaram na última sexta, dia 22, por orientação do engenheiro responsável pela obra, Luís Hernane de Carvalho. A Agência Brasil tentou entrar em contato com o engenheiro por meio de número de telefone fornecido pela assessoria do governo estadual. O celular encontrava-se desligado.
? Com certeza isso será checado. Essas pessoas foram orientadas para retornar às suas casas e precisamos saber com respaldo em quê (voltaram ao local)? acrescentou Lages.
A tragédia, considerada de gravidade inédita na história do Estado, deverá resultar em ações de responsabilidade civil e criminal.
? Esses fatos têm desdobramentos no aspecto cível, de reparação de danos, e também no aspecto criminal, porque houve vítimas e crime de homicídio ? ressaltou Lages.
O procurador lembrou ainda que o Piauí, por ser um dos Estados mais pobres do Brasil, recebe um grande volume de recursos federais que exige ampla fiscalização de sua aplicação.
? A nossa preocupação é que esses recursos sejam aplicados de forma correta para que as obras sejam executadas da forma devida e adequada.