O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deu início ao Abril Vermelho nesta segunda-feira (3), ocupando 800 hectares de terras no município de Timbaúba, em Pernambuco.
Cerca de 250 manifestantes ocuparam terras do Engenho Cumbe, que o MST classifica como “improdutivas”.
O movimento alega que os engenhos ocupados são terras pertencentes ao governo de Pernambuco, que ‘foram griladas pela Usina Cruangi e têm trazido grandes impactos à natureza’.
A ação, segundo o movimento, faz parte da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, que o MST realiza em todo país durante todo o mês de abril, também conhecida como Abril Vermelho.
Outras ocupações devem acontecer nos próximos dias.
Reação contra o Abril Vermelho
Na terça-feira (28), o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), defendeu a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as invasões promovidas pelo MST.
Lupion afirmou que não tem como prever quando a CPI será instalada. Ele ressaltou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é quem tem o poder de decidir quando a comissão será criada.
“Eu entendo que é necessário que instalemos a CPI antes de abril. Abril é o prazo que me preocupa devido à questão do abril vermelho por parte do MST. É um mês em que fazem bastante invasões. Eu gostaria que a CPI estivesse instalada. Mas tudo isso vai depender de muita articulação política no Congresso”, afirmou o deputado na ocasião.
A CPI do MST, como foi apelidada, tem como objetivo investigar as invasões de terra promovidas pelo movimento e avaliar a necessidade de mudanças na legislação sobre a questão agrária no país.
Segundo os parlamentares, as invasões promovidas pelo MST são uma ameaça à segurança nacional e à ordem pública.
Ainda não há uma data definida para a instalação da CPI do MST, mas o pedido de Lupion reforçou a pressão pela criação da comissão o quanto antes.
