Os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam, enfim, um terreno da Embrapa Semiárido, em Petrolina, Pernambuco. A justiça federal do estado havia determinado a saída das famílias do local na última quarta-feira (19).
Assim, cerca de 600 integrantes deixaram o local após a invasão, que faz parte da ação coordenada do movimento pelo ‘Abril Vermelho’, em que o grupo passou a realizar marchas, ocupações e vigílias com o objetivo de pressionar o governo a realizar uma reforma agrária no país.
Os integrantes do MST saíram da área após reunião com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Tiveram do governo federal, em contrapartida, a promessa de realização de levantamento e mapeamento das famílias acampadas para a compra de cinco propriedades na região para o assentamento de todos.
Invasões preocupam o governo
Membros da Esplanada já expuseram o receio de as constantes invasões do Movimento diminuírem o capital político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dentro do alto escalão do Executivo, existe o medo de que as pesquisas de opinão reflitam de maneira negativa na avaliação do governo, podendo, até, atrapalhar a tramitação de projetos no Congresso Nacional.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, criticou novamente na última sexta-feira (21) as ocupações que o MST promove em fazendas e propriedades rurais. Segundo ele, existem “outras formas de lutar” e reivindicar os direitos.
“Discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo áreas em que estão se desenvolvendo pesquisas, como forma de luta. Acredito que o MST e outros movimentos disponham de outras formas de luta, que podem conquistar ainda mais a sociedade para causas importantes como reforma agrária, agricultura familiar e produção de alimentos no nosso país”, afirmou.
O MST iniciou na última sexta-feira, também, o processo de desocupação das áreas invadidas da Suzano em Aracruz, no Espírito Santo. O plano de desocupação prevê que as famílias do movimento devem deixar a área até a próxima quinta-feira (27).