Na reunião, os coordenadores nacionais do movimento disseram que os objetivos do MST continuam os mesmos desde sua criação: a luta pela reforma agrária. Segundo o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, no início do governo Lula havia uma expectativa de apoio aos trabalhadores sem-terra, mas nos últimos anos, a prioridade foi o agronegócio.
? O governo Lula, em especial hoje, apóia o agronegócio com R$ 80 bilhões por ano de recursos públicos, para financiar a agricultura familiar e a reforma agrária é em torno de R$ 10 bilhões. Se nós formos ver os assentamentos da reforma agrária foi de R$ 3 bilhões que foram direcionados de crédito. São R$ 3 bilhões contra R$ 80 bilhões. Isso demonstra que é inviável.
O movimento defende uma mudança no modelo atual de reforma agrária.
? A primeira medida para se fazer é a democratização ampla e massiva da propriedade da terra e dos bens de produção. E segundo, seguido de uma política de créditos para investimentos, seja na área de produção, da agroindústria cooperativada, do sistema de educação do campo ? afirma a coordenadora nacional do MST, Marina dos Santos.
De acordo com o MST, hoje existe em torno de 350 mil famílias assentadas e 100 mil acampadas. O que corresponde a uma média de 2,3 milhões de pessoas fazendo parte do movimento.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) divulgou que desde 2003, primeiro ano do governo Lula, a 2007 foram assentadas 449 mil famílias. Um dos professores de geografia agrária da Universidade de São Paulo, Ariovaldo Umbelino, contesta os dados e diz que o novo plano de reforma agrária não cumpriu as metas.
? O governo nos cinco anos do plano assentou 163 mil famílias apenas e regularizou as posses de 113 mil famílias. O restante são dados relativos a reconhecimento por parte de assentamentos antigos e assentamentos estaduais.