O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou, por meio de nota, que invadiu nesta segunda-feira (15) áreas nos estados do Ceará, Goiás, São Paulo, Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A ação se soma a outras duas áreas invadidas no domingo (14) em Petrolina (PE) e uma área invadida na semana passada em Itabela, no extremo sul da Bahia. No total, há nove áreas invadidas pelo movimento.
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Entre as propriedades invadidas pelo MST, estão áreas de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), ambas ligadas ao Ministério da Agricultura, e, portanto, do governo federal.
O MST reivindica as áreas ocupadas para assentamento e reforma agrária. A maior ação ocorre no Pará, onde cerca de 5 mil famílias invadiram a fazenda Aquidoana, no município de Parauapebas, a qual o movimento reivindica a aquisição do imóvel para estabelecer acampamento. No Distrito Federal, mil famílias do MST ocupam uma área de 8 mil hectares da usina falida CBB, em Vila Boa de Goiás.
Em São Paulo, 200 famílias do movimento invadiram a Fazenda Mariana, em Campinas (SP) – área de 200 hectares, considerada improdutiva pelo movimento. Em Goiás, 400 famílias invadiram a propriedade Sítio Novo, em Itaberaí.
No Ceará, cerca de 200 famílias do movimento invadiram uma área de 800 hectares da Fazenda Curralinhos, no município de Crateús. A fazenda está localizada no perímetro da Barragem Lago de Fronteiras, uma obra em construção pelo Departamento Nacional de Obra Contra as Secas (DNOCS). No Rio de Janeiro, cerca de 300 famílias estão acampadas às margens da BR-101, em Campos dos Goytacazes.
As invasões do MST ocorrem justamente às vésperas do lançamento pelo governo federal do Programa Terra da Gente, para acelerar o assentamento de famílias no país que será anunciado na tarde desta segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, no Palácio do Planalto.
O programa é uma promessa feita no ano passado pelo presidente Lula, que quer uma “prateleira de terras” improdutivas e devolutas para destinar à reforma agrária e à demarcação para quilombolas. A tentativa do governo era frear a onda de invasões do movimento prevista para este mês.