? Eles [MST] romperam o acordo feito em reunião com a Secretaria de Segurança Pública do DF já no primeiro dia de manifestações. Com isso, tratamento e negociações que daremos a eles serão feitos de forma diferenciada a partir de agora ? disse o Coronel Silva Filho, responsável por coordenar os policiais militares no local.
Para a Coordenação Nacional do MST, não houve nenhuma quebra de acordo.
? A combinação foi de que iríamos marchar pelos ministérios, ocupar as faixas da pista destinada à manifestação, e que sairíamos após as 8h. Nada foi acordado sobre ocupar ou não o Ministério. O motivo da ocupação é pressionar para que o governo monte uma equipe de negociação com representantes da Casa Civil e dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento Agrário, para que discutamos sobre os três pontos reivindicados ? argumenta Vanderlei Martini, da Coordenação Nacional do movimento.
Segundo a PM, uma mulher que estava no carro de som incitou os manifestantes a ocuparem o Ministério foi visualmente identificada e deverá ser indiciada nas próximas horas.
? Na primeira oportunidade vamos prendê-la por incitação ? disse o coronel.
Além da atualização do índice de produtividade ? mecanismo que permite a identificação de terras improdutivas para fim de reforma agrária ?, os manifestantes querem que 90 mil famílias acampadas no país sejam imediatamente assentadas, e que o Ministério do Planejamento libere ainda este ano os R$ 800 milhões retidos do orçamento destinado ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para aplicá-los na desapropriação e obtenção de terras destinadas à reforma agrária.
O coronel Silva Filho informou que aparentemente nada foi quebrado no Ministério, e que o próximo passo será tentar avançar na negociação para que os manifestantes abandonem o prédio.