A reunião aconteceu a portas fechadas e contou com a presença de integrantes dos movimentos sociais e dos governos federal e estadual. O secretário de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan, garante que o Estado vai ajudar o Incra nas vistorias de novas áreas e também aguarda a posse da fazenda Palermo, em São Borja, para o assentamento de 50 famílias.
? Nós tomamos um conjunto de outras providências. O governo do Estado já depositou os recursos solicitados pela justiça na avaliação da fazenda Palermo, estamos apenas aguardando a decisão do supremo para que autorize a posse desta propriedade ? afirmou Pavan.
Após duas horas de reunião, os integrantes do movimento abandonaram o encontro e prometeram manter as ocupações.
? Nós interrompemos a reunião porque o governo não apresentou nada de novo. Faz mais de seis meses que estão mostrando a mesma coisa, na verdade não mostrando nada ? afirma o coordenador do movimento, João Paulo da Silva.
Um grupo com integrantes do MST e do Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB) está na Estação da Fundação de Pesquisa Agropecuária do Estado, em Vacaria. Eles garantem que vão permanecer no local e já estão começando plantios.
? Nosso ponto é ficar com partes da área. Não somos contra a pesquisa, só queremos que a pesquisa seja a favor da agricultura familiar que beneficia a produção de alimentos pra quem precisa ? afirma o coordenador MAB, João Melo da Silva.
O superintendente do Incra, Roberto Ramos garante que o governo deverá cumprir o prazo de assentar mil famílias até o final do ano que vem.
? Apresentamos o cronograma de vistorias que estamos realizando.Os representantes dos movimentos vêm com o objetivo de ter imóveis concretos. Mas nós não estamos parados. Ainda não temos por uma deficiência orçamentária, que ainda aguardamos uma suplementação de recursos do governo federal pra que em conjunto com o governo do Estado possamos ter os imóveis concretos ? pontua.
De concreto, além da fazenda de Palermo, o superintendente do Incra falou sobre uma outra fazenda em Santa Margarida do Sul, para 50 famílias. Além disso, 116 lotes vagos em diversos assentamentos, estão com edital em aberto para inscrições no site do instituto.
? Não temos isso como definitivo, que as ocupações persistam no Estado a partir desta reunião ? complementa Ramos.
? O governo faz o que ele quiser. Se quiser mandar a polícia, ou se quiser dar tiro como aconteceu em Viamão, nós vamos permanecer na ocupação em Viamão, Vacaria e Sananduva. As famílias estão decididas ? conclui João Paulo.