As vendas antecipadas de soja para a safra que ainda nem foi plantada (2020/2021) seguem bastante a frente do normal para o período e agora chegam próximo de envolver metade da produção de Mato Grosso, mostra o levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Já as vendas da safra 2019/2020 estão quase acabando.
Apesar de ninguém saber ainda ao certo quanto Mato Grosso colherá na safra 2020/2021, nem mesmo os produtores, boa parte já negociou quase metade do que espera colher, aponta levantamento do Imea. Segundo a entidade, o estado pode colher 34,7 milhões de toneladas, dos quais já negociou 47%. Vale ressaltar que esse total já vendido é o dobro do negociado em julho de 2019 (23,2%).
“Os principais motivos devem-se aos preços atrativos ofertados, que ficaram acima de R$ 89 por saca, na média de junho 2020. Vale ressaltar que o volume de negócios está muito avançado comparado ao dos últimos cinco anos, que é de 27,16%, ou seja, os negócios estão duas vezes mais adiantados do que o comum”, afirma a entidade.
Já a safra colhida, 2019/2020, as vendas atuais estão praticamente liquidando os estoques. Ao todo os produtores já venderam 95,8% da safra de 34,9 milhões de toneladas até agora. Em julho de 2019 o estado havia negociado 84%.
Por não ter muito mais o que vender o estado viu o ritmo de vendas diminuir de um mês para outro. Em junho o total vendido era de 92,6%, apenas 3,2 pontos percentuais a menos que agora.
“Como os negócios da safra 2019/2020 já vinham adiantados, principalmente direcionados à exportação, sobrou menos produto para as esmagadoras do estado, que ofertaram preços ao agricultor no último mês com um ‘spread’ maior em comparação ao ‘preço exportação'”, afirma o instituto.
Esmagamento
O esmagamento de soja em Mato Grosso atingiu 911,7 mil toneladas em junho, queda de 6,54% ante o mês anterior, informou o Imea.
“Essa retração já era esperada, visto que a disponibilidade de soja no mercado está reduzindo”, disse o instituto.
Ainda assim, o volume processado superou em 10,45% o verificado em junho do ano passado. “Isso foi possível porque as indústrias de biodiesel estiveram ativas nas compras de óleo de soja, bem como a demanda internacional pelo farelo mato-grossense continuou firme.”