A mudança solicitada pela Faeg, atendida no edital do leilão da próxima quinta, dia 22, resultou na oferta de 130 mil toneladas de milho beneficiadas com prêmios de escoamento para todo o Estado.
Para a região 1, composta por municípios do Sudoeste e Nordeste goianos, 60% desta quantidade total (78 mil toneladas) serão escoados com prêmio de R$ 5,40 por saca. Já a Região 2, integrada pelos municípios do Sudeste e Norte goianos, ficará com os outros 40% (52 mil toneladas) e prêmio por saca de R$ 4,92.
Machado explica que o prêmio distinto para as regiões é necessário devido à diferença no valor do frete até o destino final que é o Porto de Santos.
? Pelo fato de os municípios da região 1 estarem mais distantes do Porto, o frete médio por tonelada de milho, a cada mil quilômetros, é de R$ 125,32, enquanto, o custo médio para a região 2 gira em torno de R$ 100/O tonelada de milho a cada mil quilômetros ? explica.
Para o assessor, a mudança é positiva, pois aumentará o volume de milho escoado da região 2 e diminuirá o deságio na região 1.
No último leilão de milho para Goiás (15 de julho), a grande procura provocou um deságio de 35,24%. Machado ressalta, entretanto, que o governo já realizou metade dos 12 leilões previstos para este ano sem efeito decisivo na recuperação dos preços da saca do cereal no mercado.
No primeiro leilão de PEP de milho realizado no final de maio, a saca do produto estava sendo cotada no mercado a um preço médio de R$ 13,48. No último leilão, no fim da primeira quinzena de julho, os preços médios da saca eram de R$ 12,75.
? Os preços não reagiram e podemos nos deparar, ao final de todos os
leilões, com um resultado pouco satisfatório ? alerta Leonardo Machado.
De acordo com o presidente do Sistema Faeg/Senar e titular da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner explica que Goiás encontra-se no limite de sua capacidade armazenadora. As 13 milhões de toneladas produzidas de milho é praticamente a capacidade de armazenagem do Estado.
Isso faz com que, ao final da colheita da safrinha que já começou, haja produto em excesso no mercado e os preços despenquem abaixo do custo de produção. Schreiner relembra que o Estado registrou um estoque de passagem do último ciclo para o atual de cerca de um milhão de tonelada em armazéns governamentais, acrescido das aproximadas 400 mil toneladas que estão em armazéns particulares de produtores.
? Levando-se em consideração que o consumo interno de milho gira em torno de três milhões de toneladas, a estimativa é de que mais de dois milhões de toneladas do cereal precisarão ser escoados de Goiás. Manteremos o pedido de aumento do volume a ser escoado com o benefício de prêmios. As cerca de 1,5 mil toneladas previstas não serão suficientes ? diz Schreiner.