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Mudanças provocadas pela construção de Belo Monte preocupam moradores da região de Altamira (PA)

Além de receber milhares de pessoas que chegarão para trabalhar, região sofrerá mudanças estruturaisCom a construção da usina de Belo Monte, a região de Altamira (PA), que não tem estrutura, deverá receber milhares de pessoas que chegarão para trabalhar. Além da falta de estrutura, cidades inteiras vão ter suas casas abandonadas para dar espaço a um reservatório, e quilômetros de rio terão sua vazão reduzida para sempre. Na segunda reportagem da série Energia do Xingu, o Canal Rural mostra como estas mudanças estão preocupando moradores da região.

A equipe de reportagem segue a viagem pelo Rio Xingu, e a Ilha do Pimental é parada obrigatória. De acordo com o projeto, uma das barragens será construída na região. Já é possível ver as marcações colocadas pela Norte Energia.

Uma parede de 14 metros de altura vai “represar” a água do Xingu. Os 40 quilômetros acima, em direção a Altamira, ficarão em cheia permanente. Já os cem quilômetros abaixo – onde começa a Volta Grande do Xingu – ficarão para sempre com nível mais baixo de água. E isso causa muita preocupação.

>>Infográfico: Conheça a Energia do Xingu

Na Volta Grande, estão comunidades ribeirinhas, pescadores e indígenas.  Em uma dessas comunidades, encontramos famílias que vieram atraídas por uma riqueza que está além dos nossos olhos. No sorriso de Antônio Nelson da Silva Pereira, sinais do ofício que exerceu a maior parte dos seus 64 anos de vida. Ele não explora mais o ouro do Xingu. Para incrementar a renda, constrói canoas. Mas diz que nessa terra ainda há muito ouro.

? Ainda tem muito ouro, mas a gente não pode mais tirar. Dizem que as casas estão em cima de um monte de ouro ? fala Antônio Nelson da Silva Pereira.

O impacto social é outra preocupação. Altamira tem cem mil moradores e recebeu 20 mil a mais desde o anúncio da obra. Os sinais do crescimento estão no trânsito – mais movimentado – e nas novas construções. É a expectativa de quem espera lucrar com nova leva de trabalhadores. Até 2013, 19 mil operários deverão ser contratados. A cidade pode ganhar 80 mil habitantes a mais. Quem se manifesta contra a construção da usina de Belo Monte, não vê nada positivo nesse crescimento.

? A primeira consequência é a explosão. Não traz desenvolvimento porque esses empregos são temporários ? acredita Moisés José Ribeiro, coordenador nacional ativista.

Enquanto muitos migram para a cidade em busca de trabalho, milhares de famílias deverão fazer um movimento contrário: deixar suas casas para dar lugar à usina.

Muitas das casas em Altamira são palafitas. Construções suspensas por causa da variação do rio que sobe na época das chuvas e abaixa com as secas. Os engenheiros da  Eletro Norte dizem que com o represamento do Rio Xingu essas áreas ficaram alagadas para sempre. Não vai atingir as casas, mesmo assim todas as famílias serão retiradas dessas áreas. Estima-se que mais de sete mil imóveis serão desapropriados, porque estão nas áreas que serão alagadas ou onde serão instalados os canteiros de obras. Os moradores serão indenizados ou vão ganhar novas moradias. A casa de Ivalena do Socorro Balão Rodrigues também foi construída sobre palafitas para suportar os períodos de cheia do rio. É em uma ilha do Xingu que ela nasceu e criou a família. Agora se prepara para dizer adeus e mudar completamente a rotina.

Quando falaram em barragem, eu não sabia o que era. Imaginava que era uma barragenzinha, aí quando fiquei sabendo já era tarde ? disse Ivalena do Socorro Balão Rodrigues.

Nesta quarta, dia 7, na terceira reportagem da série, o Canal Rural mostra como está a construção e as obras que devem ser feitas para compensar os impactos causados pela construção de Belo Monte.

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