Regina conta que após os 18 anos sempre teve a carteira de trabalho assinada e, por isso, não teve muitos problemas para requerer a aposentadoria.
? Precisei comprovar o tempo de contribuição para a Previdência, mas corri atrás e consegui me aposentar com um salário mínimo que me dá muita felicidade ? afirmou.
Segundo ela, a maior parte das domésticas não tem a carteira de trabalho assinada.
? Elas vão ter dificuldade para se aposentar depois. E não é só pela aposentadoria, mas pelos acidentes de trabalho. Elas ficam doentes no emprego e não têm a Previdência. Então, fica mais difícil para o sindicato ajudar. Temos que entrar com um advogado na Justiça ? disse.
De acordo com uma das coordenadoras do Movimento de Mulheres Camponesas do Rio Grande do Sul Adriana Mezadri a dificuldade para a mulher se aposentar não está restrita à cidade. No campo, segundo ela, as trabalhadoras têm dificuldade para comprovar que vivem do trabalho rural.
? Estamos enquadradas como seguradas especiais, com direito a se aposentar com 55 anos. Porém, um dos principais problemas é conseguir comprovar os 13 anos de atividade rural ? afirmou.
? Há um número muito grande de mulheres sem documentação no campo, o que acaba dificultando o acesso à Previdência ? disse Adriana Mezadri.
A coordenadora sugere que seja criada uma taxa sobre as grandes fortunas e sobre as exportações do agronegócio para que o governo possa ampliar o número de mulheres atendidas pela Previdência Social.