Neste ano, a via campesina discute a violência e a utilização de agrotóxicos na produção. Segundo a porta-voz do protesto, Claudia Teixeira, a mobilização integra a Jornada Nacional de Luta do dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher). Para Claudia, a ampliação das lavouras de cana-de-açúcar para servir de matéria-prima pode provocar desequilíbrio ambiental no Estado.
? Assim como o eucalipto, acreditamos que a cana vai trazer muitos prejuízos para a agricultura em geral. Primeiro pela possibilidade de desenvolvimento de uma variedade transgênica para se adaptar ao clima frio do Estado, que não é propício ao cultivo da cana. Além disso, grandes monoculturas são intensivas em uso de agrotóxicos ? explica.
Conforme o gerente de relações institucionais da Braskem no Estado, João Ruy Freire, a empresa não recebeu nenhuma pauta de reivindicações ou críticas específicas dos manifestantes. A empresa preferiu não opinar a respeito do ato. Freire afirma que a Braskem espera que as integrantes da Via Campesina concluam seu protesto e se retirem pacificamente do pátio da empresa.
Durante a manhã, manifestantes do Movimento das Mulheres da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e Movimento Popular Urbano (MPU), vindas de toda a região norte do Estado, estiveram no Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Passo Fundo. Anualmente, elas se encontram na Semana da Mulher. A manifestação tem o tema “Mulheres em Luta por uma Vida sem Agrotóxicos e sem Violência”.
De acordo com os organizadores, mais de 500 mulheres integram a manifestação em Passo Fundo. A manifestante Neudi de Oliveira informa que as mulheres da Via Campesina estão mobilizadas em todo Estado para defender a produção ecológica.
? Nós procuramos denunciar os danos do uso de agrotóxicos. Eles contaminam o ar, a água e o solo. Vão contra a nossa luta pela sustentabilidade e ainda podem causar danos a saúde humana ? afirma a manifestante.