Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Mulheres de 20 países discutem garantia de direitos da classe no campo

Seminário Internacional de Políticas Públicas reúne especialistas em BrasíliaCerca de cem pesquisadoras e representantes de governos e entidades civis de 20 países das Américas Latina e Central, África e Ásia discutem até esta sexta, dia 6, formas de ampliar o direito das mulheres a terra e de aumentar a participação feminina na economia rural. Elas participam do Seminário Internacional de Políticas Públicas para as Mulheres Rurais, no Itamaraty, em Brasília.

Para a coordenadora de gênero, raça e etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Andrea Butto, a grande dificuldade das trabalhadoras no campo é garantir que direitos previstos na legislação sejam colocados em prática.

? Muitos compromissos internacionais para proteção e valorização das mulheres já foram firmados, mas tardam muito a se efetivar e mesmo quando são, resultam em medidas genéricas ? afirma.

Como exemplo, ela cita a destinação conjunta, para homem e mulher, dos lotes de reforma agrária no Brasil. Garantida por lei desde 1988, a medida só foi efetivamente respeitada 15 anos depois, em 2003, quando foram estabelecidas novas regras para assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Atualmente, as famílias chefiadas por mulheres têm preferência como beneficiárias da reforma agrária.

? Os Estados reconhecem os direitos, mas eles não chegam às mulheres rurais imediatamente porque a sociedade as considera ajudantes e não protagonistas ? argumenta.

Tal preconceito viria do fato de a maioria das mulheres rurais trabalhar nas hortas e nos cuidados aos pequenos animais, que são atividades voltadas ao auto consumo e não à geração de renda, de acordo com a coordenadora.

Segundo Andrea Butto, isso dificulta a inserção da trabalhadora rural nos processos de produção e faz com que elas sofram com a falta de reconhecimento do trabalho feminino e com dificuldade no acesso à terra, à água e à tecnologia de produção.

Para corrigir essas distorções, as participantes do seminário tentam traçar estratégias permanentes de cooperação entre as mulheres do Hemisfério Sul e discutem conceitos importantes na elaboração de políticas públicas.

Em sua exposição durante o seminário, a pesquisadora da Universidade de La República, no Uruguai, Marta Chiappe, destacou a valorização do conhecimento tradicional, além do reconhecimento do trabalho não remunerado e da agricultura familiar como aspectos a serem levados em conta na elaboração de políticas públicas para mulheres do campo.

Segundo a pesquisadora, as mulheres são responsáveis por 60% a 80% da produção alimentar em países pobres e por 50% da produção mundial.
 

Sair da versão mobile