– A fundação HidroEX é simples, um prefixo e um sufixo: hidro, água, ex de excelência. A finalidade é gerar pesquisa e capacitação no uso sustentável dos recursos hídricos, direcionados a segurança alimentar e a sustentabilidade do planeta – salienta o vice-presidente da Unesco HidroEX, Alexandre Saad.
A região é estratégica, pois o Estado está às margens do Rio Grande, afluente do Rio Paraná. A terra está na bacia do Prata, em cima do Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água subterrânea do planeta. Tudo isso com diversidade de uso, da geração de energia à produção agropecuária.
Sede do HidroEx será construída na cidade de Frutal (Foto: Marcelo Lara)
Até 2020 vão ser investidos mais de R$ 300 milhões com a entrada de 12 universidades, e quatro instituições, nacionais e internacionais, entre elas a Embrapa e a sociedade Cousteau. O projeto transformou a cidade das águas, em um condomínio temático de pesquisa com diferentes focos de estudo sobre os recursos hídricos. Segundo Saad, de Frutal vão sair informações e soluções sobre o uso sustentável da água para o mundo.
– Vamos ter a possibilidade de ter o acervo mundial do grande projeto do naturalista Jacque Cousteau. Durante anos ele trabalhou pesquisando, coletando imagens e informações. Todo seu acervo vai ser disponibilizado para o Brasil – disse Saad.
O campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi incorporado ao projeto. Onze prédios estão em construção. A cidade das águas vai abrigar a segunda maior biblioteca do Estado. São 110 hectares, incluindo a área da floresta escola, doada por um produtor rural. De acordo com secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, a participação da academia no projeto é fundamental.
– Temos também a presença estratégica da Agência Nacional de Águas (ANA), da Embrapa com a criação do NURI, que terá grande preocupação de orientar o bom uso da água para produção de alimentos. Esse é um elemento importante para o agronegócio – destaca Rodrigues.
– Segundo dados da Unesco, 72% da água usada para agricultura é necessário que haja pesquisa, trabalho, e sobretudo, a aplicabilidade em pesquisas deste porte. A peça chave, e mais importante deste processo, é o produtor rural – conclui Saad.