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Nanotecnologia reduz custo de produção com fertilizantes

A diferença em relação aos produtos que já estão no mercado é a formulação, que carrega múltiplos micronutrientes ao mesmo tempo e permite o produtor rural fazer apenas uma aplicação na lavoura

Fonte: Thiago Cesar/ Embrapa

Após uma década de estudos, pesquisadores desenvolveram no laboratório nacional de nanotecnologia aplicada ao agronegócio da Embrapa Instrumentação (SP) uma tecnologia pioneira no país. Trata-se de um produto completo para usar na lavoura que possui nutrientes balanceados e potencial de aumentar a produtividade e reduzir aplicações de fertilizantes.

A novidade, que possui o nome comercial de MicroActive, é constituída por uma película formada por micronutrientes em grande concentração que recobre de forma homogênea grânulos dos macronutrientes nitrogênio, fósforo e potássio, conhecidos pela sigla NPK.

Revestimento resistente
O pesquisador da Embrapa, Caue Ribeiro, diz que o material desenvolvido tem a função de recobrir a superfície do grão, que vai ser usado para levar o outro fertilizante junto. “Tinha de ser uma capa de alta aderência na superfície que não se desprendesse quando fosse aplicada. Não poderia sair”, conta. O resultado foi um produto altamente concentrado em micronutrientes que pode ser aplicado diretamente em fertilizantes NPK, sem a necessidade de aditivos.

Além de adesão eficiente, a formulação tinha que ter uma quantidade próxima ou adequada, o que corresponde à proporção de duas partes de micronutriente para cada uma de macronutriente, a fim de que a planta receba todos os elementos de que precisa de forma balanceada.

“Esse foi o maior desafio da pesquisa, colocar um nutriente em cima do outro, sem perder a adesão ao longo do tempo, que conseguisse manter a proporção correta, ser de fácil aplicação e ainda que fosse homogêneo. Juntos, desenvolvemos uma fórmula com componentes amigáveis, que não agride o meio ambiente”, lembra o pesquisador.

A complexidade da equação se deve, sobretudo, ao fato de o produtor ter de aplicar o fertilizante na lavoura em grande quantidade, dependendo do tamanho da plantação. De acordo com Ribeiro, a dosagem inicial deve ser a mesma sempre até o final da aplicação. “A pesquisa consistiu basicamente em encontrar essa formulação, o correto balanço dos componentes e fazer os ajustes”, diz.

Menores custos, mais produtividade
A coordenadora da pesquisa na Embrapa Instrumentação, Elaine Cristina Paris,  aponta outras vantagens para a tecnologia. A formulação pode reduzir o número de aplicações de fertilizantes, impactando diretamente nos custos da produção agrícola, além de ter o potencial de fornecer as condições ideais de nutrição para as plantas. “A formulação pode aumentar a produtividade, uma vez que o fornecimento de macro e micronutrientes de modo simultâneo permite às plantas produzirem próximo ao seu potencial genético”, acrescenta.

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