– Todas as fábricas operam em um turno e teriam capacidade de operar em até três turnos, portanto superior ao grande mercado de hoje. Mas o gargalo para a entrega durante a safra vem dos fornecedores, que são empresas menores, muitas delas familiares e, obviamente, não conseguem atender demandas com facilidade – resumiu Mirco Romagnogli, vice-presidente da Case IH para a América Latina.
Com o limite na oferta de máquinas, as companhias correm para ampliar a tecnologia e ganhar campo no tamanho e na produtividade dos equipamentos. O presidente da John Deere no Brasil, Paulo Herrmann, explica que não há mais defasagem tecnológica entre o mercado internacional e o nacional. Os lançamentos de máquinas, que demoravam até três anos pra chegar ao país, hoje são quase simultâneos.
– Atualmente, a empresa traz, valida e produz aqui, o que é necessário diante da exigência de um mínimo porcentual de nacionalização para o financiamento público – explicou Herrmann.
Exemplo desse processo de rápida nacionalização das máquinas agrícolas está nas colheitadeiras, cujas importações dispararam recentemente. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que 99 colheitadeiras foram importadas no país em 2012, alta de 167,6% sobre 2011, quando foram importadas 33 unidades. Só nos três primeiros meses deste ano, já foram trazidas do exterior 80 colheitadeiras, volume 2.566% superior às três máquinas de igual período de 2012.
– Esse volume é de grandes colheitadeiras americanas, que passam pela importação para serem adaptadas e nacionalizadas, já que está diminuindo cada vez mais o gap entre os lançamentos lá e aqui – disse Milton Rego, da Anfavea.