De acordo com Álvaro Tosetto, gerente executivo da diretoria de Agronegócios do BB, a instituição usará o banco de dados do Grupo de Trabalho da Soja (GTS) para análise da liberação do crédito.
? Além disso, vamos exigir a regularização ambiental das propriedades para a concessão de financiamento na região amazônica ? afirmou.
A regularização já é uma medida adotada pelo banco no financiamento de outros tipos de produção.
A adesão do banco à moratória foi selada em cerimônia realizada em Brasília, nesta quarta, entre os coordenadores do GTS, Paulo Adário, do Greenpeace, e Carlo Lovatelli, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), além do vice-presidente da Agronegócios do BB, Luís Carlos Guedes Pinto.
Também participam do GTS o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Iniciado há quatro anos, o trabalho do grupo é atualizado regularmente com informações sobre as áreas desmatadas na Amazônia e que eventualmente tenham sido destinadas à produção de soja. De acordo com dados da Abiove, o plantio de soja representou apenas 0,25% da área total desmatada nos últimos três anos no Bioma Amazônico.
Paulo Adário, do Greenpeace, afirmou que a adesão do banco é mais um passo para preservar a floresta.
? Outras instituições financeiras deveriam seguir o exemplo ? disse em nota colocada no site do Greenpeace.
De acordo com dados do Anuário Estatístico de Crédito Rural, fornecidos pela ONG, cerca de R$ 90 bilhões foram destinados ao crédito rural na Amazônia Legal entre 1995 e 2009. No mesmo período, 271 mil hectares de florestas foram derrubados.
Queda
O desmatamento da Amazônia em 2010 somou 6.451 quilômetros quadrados, uma queda de 13,6% em relação ao ano passado. A diminuição é menor que a esperada pelo governo e se deve ao desflorestamento de áreas menores, que não são captadas pelos satélites que acompanham o desmatamento em tempo real.