Organizada para dar mais agilidade à gestão da gigante brasileira de venda direta de cosméticos e perfumaria, a mudança também poderá permitir que a empresa estabeleça portfólios de produtos específicos para as regiões do país. No Sul, por exemplo, as mulheres estão mais preocupadas com os cuidados do rosto e maquiagem. No Nordeste, perfumes e fragrâncias são os preferidos ? detalhes que podem direcionar o foco de atuação e de lançamentos, admite Luiz Bueno, gerente-geral da operação na Região Sul.
? Mais pessoas pensando com a cabeça de presidente dá mais agilidade ? acrescenta Bueno.
O novo modelo de gestão desmanchou o sistema centralizado de comando pelo qual foi construída a empresa de 40 anos. Agora, cada uma das regionais tem autonomia de decisão e de operação. Para isso, as áreas de vendas, planejamento e logística foram integralmente regionalizadas, e os departamentos de recursos humanos e financeiro, transferidos em parte. Marketing e propaganda, além de produção, permanecem sob um só guarda-chuva.
? A Natura continua única, com ajustes regionais, e algo ainda centralizada ? esclarece Bueno.
Com uma receita líquida de R$ 844,7 milhões no primeiro trimestre do ano ? 26,5% maior do que em igual período de 2008 ?, a empresa estaria sentindo menos os efeitos da crise econômica, a exemplo do setor, um dos últimos a refletir o impacto da turbulência global.
A empresa atribui o desempenho aos efeitos do plano de ação anunciado no ano passado e ao crescimento dos canais de vendas. Em março, a companhia mantinha 742 mil consultoras, 112 mil a mais do que no mesmo mês do ano passado. Segundo Bueno, o chamado “efeito batom” ? para compensar o corte no consumo de produtos mais caros em tempos difíceis, as mulheres continuam comprando cosméticos e perfumes ?, também contribuiu para o bom desempenho.