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Agronegócio

"Necessidade por proteínas na China ainda é gigante", diz frigorífico

JBS, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, afirmou que a demanda está firme mesmo no momento de preocupação com coronavírus e a crise do petróleo

A JBS, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, afirmou que a demanda está firme mesmo no momento de preocupação com o avanço do coronavírus pelo mundo e a crise do petróleo. 

De acordo com Marco Sampaio, chefe da mesa de commodities da empresa, o problema central no momento é falta de logísticas nos portos da China. 

“O que vimos foi uma espécie de deslocamento da demanda. Em países como a China, houve uma mudança de demanda de food service para demanda de supermercado e domiciliar.  Um cenário muito parecido com os dos Estados Unidos, onde a população com medo a epidemia, passou a comprar muita carne, produtos perecíveis, produtos de higiene e máscaras, limpando as prateleiras dos estabelecimentos”, explicou Sampaio. 

Sampaio também puxa atenção para a oferta. “Em 2019, a China perdeu entre 40% e 50% de toda a produção de suínos devido a peste suína. Esse déficit vai beneficiar exportações de países como o Brasil, Estados Unidos e até mesmo Canadá nos próximos anos. É importante entender que esses buracos que foram causados pela peste suína ainda precisam ser supridos de alguma maneira por países produtores. O coronavírus pode ser um problema de demanda de curto prazo, mas o problema maior, de fornecimento a longo prazo causado pela peste suína ainda continuar e vai ter que ser suprido pelos países que têm potencial de arcar com essa demanda”, contou. 

Por fim, Sampaio afirma que a demanda por proteínas do Brasil continuará em alta. “ O déficit na China vai continuar e ele é muito grande, ou seja, vamos ter importações grandes ainda. Então os produtores de proteínas do Brasil, seja de carne bovina, suínos e aves, precisam entender que tudo isso que a China perdeu, ela só aumentou as exportações em 4 milhões  de toneladas em 2019. No entanto, ainda falta temos cerca de  20 milhões de toneladas que ainda precisam ser supridos”.

Sampaio alerta ainda que as condições climáticas da Austrália, que sofre com muita chuva, deve fazer com que o país perca 20% de produção. Como os australianos são grandes exportadores de carne, deverão abrir espaço para a demanda para os EUA e o Brasil.

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