Neri Geller diz que preço mínimo do arroz deve ser reajustado este ano

Secretário de Política Agrícola do Mapa participou da 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Mostardas (RS)O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, afirmou na manhã deste sábado, dia 22, que vai atender a reivindicação do setor produtivo do arroz e incluir a proposta de renegociação do preço mínimo do cereal na pauta do ministério. Geller discursou durante a 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que ocorreu em Mostardas, no Rio Grande do Sul.

– Todas as reivindicações do setor foram atendidas até o momento. Em termos de mercado, não deixamos o preço cair demais para que o produtor tivesse renda e nem o aumentamos muito para não inflacionar a economia. Temos recurso do governo para oferecer EGF [Empréstimos do Governo Federal, instrumento da Política de Preços Mínimos] aos produtores, assim eles vendem no momento oportuno. Vamos levar a proposta do preço mínimo até o Mapa e essa demanda deve ser atendida.

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– O arroz do Rio Grande do Sul é de excelente qualidade. Saímos da crise com três safras consecutivas de ótima produtividade e com a saca vendida a R$ 35,00. Aprendemos a ter uma produção equilibrada, sem brigar com o mercado, não produzimos a mais nem a menos. O estoque baixou, não temos mais a grande oferta – lembrou o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Estado, Luiz Fernando Mainardi.

Apesar de a cadeia registrar elevação nos índices de produtividade (neste ano, o valor médio deve alcançar 7,5 mil toneladas por hectare) e avanços econômicos nas últimas safras, dirigentes de associações presentes no evento alertam que o lucro “ainda não está nas mãos dos produtores”.

– Fizemos um levantamento de julho de 1994 a dezembro de 2013: a inflação subiu 316%, o preço do adubo cresceu 434%, o do diesel, 557%, e o do arroz apenas 266%. Onde estão os recursos? Onde está o lucro do produtor? O desafio nesse momento é claro: encontrar um mecanismo para que uma parcela da produtividade seja revertida em lucro par ao agricultor – destacou o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva.

A logística foi outro assunto levantado pelas lideranças:

– Em quanto aumenta o custo de produção para exportar a safra diante da situação encontrada nas estradas do Rio Grande do Sul? Quantas propriedades não podem melhorar a estrutura devido à falta de potência da energia elétrica no meio rural? – questionou Silva.

– Nosso maior desafio é escoar a safra. Apesar de asfaltada, a estrada segue cheia de buracos, e de São José até o Porto de Rio Grande, a travessia é feita de balsa – relatou o produtor rural José Mathias Bins Martins, da Fazenda Cavalhada, referência na qualidade do arroz.

O Rio Grande do Sul também retomou as vendas ao exterior nos últimos anos, fazendo negócios com mercado como a Nigéria e países da América Central. A  balança comercial brasileira do grão deverá ser positiva pelo terceiro ano consecutivo com a venda de 1,2 milhão de toneladas.

– O momento é de recuperação do crédito, renegociação de dívidas, retomada das exportações. Isso foi possível devido a um conjunto de políticas públicas que vem melhorando as condições de preço e de renda. Historicamente, somos um grande importador, mas há cinco anos estamos começando a abrir o mercado para o nosso arroz. A cadeia está se reestruturando – enfatizou o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Claudio Pereira.

O Rio Grande do Sul responde por 70% da safra brasileira e produz um volume equivalente a um terço do da produção orizícola da América Latina. De acordo com o Irga, a previsão para a colheita 2013/2014 é de 8,2 milhões de toneladas no Estado, um aumento de 2,6% em relação ao ciclo passado. A área cultivada é de 1,1 milhão de hectares.

Veja abaixo os discursos de Neri Geller, Claudio Pereira e Luiz Fernando Mainardi durante a Colheita do Arroz:

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