De acordo com o NCDC, os meses de março, abril e maio registraram marcas inéditas. No período, a temperatura chegou a 14,4°C ? o correspondente a 0,73°C a mais que a média do século anterior. O planeta reaqueceu desde o início do ano especialmente no Canadá, Groenlândia, Sibéria (Rússia), Norte da África, Sudoeste da Ásia e Sul da Austrália.
O Hemisfério Sul segue a tendência do planeta. A média da temperatura da superfície da terra entre janeiro e maio foi o mais quente já registrado, com 0,89°C acima da média do século passado.
Para a meteorologista Olívia Nunes, da Somar Meteorologia, o resultado da pesquisa expõe a influência do El Niño.
? Desde o meio do ano passado estamos sob a influência do El Niño, que tem como característica deixar o tempo mais quente sobre o extremo Oeste da Ásia, Sul da África extremos Leste e Oeste da América do Norte e América do Sul como um todo ? aponta.
O NCDC reforça a análise da meteorologista. Ao observar o mês de março, a agência afirmou que o fenômeno “contribuiu de forma significativa para o aquecimento do cinturão tropical e na temperatura geral dos oceanos”.
Olívia apresenta um segundo fator para justificar o planeta em ebulição. Segundo ela, o calor está diretamente ligado ao grande estágio de urbanização mundial.
? As áreas urbanas, antes de sofrerem variações globais, têm variações locais. São Paulo é um exemplo de que há 50 anos a média da temperatura era uma e, hoje em dia, com tamanha urbanização, a temperatura média da cidade é outra ? ressalta.
A se confirmar o histórico dos últimos 25 anos, a tendência é de que, nos próximos meses, os termômetros voltem a registrar alta na temperatura. Países da Europa, nos Estados Unidos e outras nações do Norte sentem nos últimos dias o efeito do calor, com marcas próximas dos 40°C.
? Desde fevereiro de 1985, todos os meses têm sido mais quentes do que a média do século XX ? atestou à agência Reuters Deke Arndt, chefe da monitorização climática do NOAA (sigla em inglês para Administração Oceânica Atmosférica Nacional).