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No norte do Paraná, momento é de aguardar a volta da umidade no solo

Estiagem durante o mês de outubro atrasou a semeadura de soja na região. Para especialistas, é preciso esperar a melhora nas condições de plantio para não impactar na produtividade

Roberta Silveira | Londrina (PR)

A área já plantada de soja no Paraná está 11% menor em relação ao mesmo período do ano passado. O motivo do atraso: a falta de chuvas no mês de outubro, principalmente na parte norte do Estado. A Equipe 2 da Expedição Soja Brasil foi até a sede da Embrapa Soja, em Londrina, para saber o que pode ser feito para amenizar os efeitos da estiagem.

As folhas amarelas são um sinal de alerta. Elas são as folhas que mais ficam perto do solo e servem de reserva de nutrientes para a planta de soja. Se elas amarelam com um menos de um mês de plantio, isso quer dizer que o pé passa por estresse, sinal de falta de umidade no solo. As plantas cultivadas na lavoura experimental da Embrapa foram plantadas após as últimas chuvas do começo de outubro.

– Alguns agricultores realizaram a semeadura no começo de outubro, aproveitando a umidade das últimas chuvas de setembro, mas quando chegou por volta do dia 10 de outubro, o solo já ficou seco, o que praticamente inviabilizou a semeadura após esse dia – explica o pesquisador Alvadi Balbinot Junior.

Dos cinco milhões de hectares de soja que devem ser cultivados em 2014/2015 no Paraná, o plantio aconteceu em, aproximadamente, dois milhões. Neste mesmo período de 2013, a área plantada era de 47%. Agora, o percentual é de 38%, segundo último levantamento do Departamento de Economia Rural do Estado (Deral).

O rendimento da soja e até o plantio do milho segunda safra podem ser prejudicados com a demora no início do plantio. O consultor técnico do Soja Brasil, Áureo Lantmann, acredita que o atraso também pode aumentar a incidência de pragas e, consequentemente, aumentar o custo da lavoura.

– De repente, vai precisar gastar mais com fungicida, inseticida, controle de erva daninha. Tudo isso em função de uma falta de chuva, que deveria ter acontecido no momento mais adequado – relata Lantmann.

A Embrapa realiza pesquisas para o desenvolvimento de soja com tolerância à seca, mas o lançamento destas cultivares ainda deve demorar uma década. Enquanto esta cultivar não existe, é preciso utilizar velhos hábitos conhecidos para amenizar o déficit hídrico, como o plantio direto, que aproveita a palhada de cultivos anteriores. A palha ajuda a manter a umidade, diminui a temperatura da terra e a evaporação da água. É bom que a palhada seja clara, pois ela ajuda a refletir os raios de sol. O cuidado no manejo é fundamental para enfrentar a estiagem.

– O processo de semeadura deve realizado com semeadoras bem reguladas, com a quantidade certa de sementes e posicionando o fertilizante abaixo das sementes. Porque quando o fertilizante fica em contato com a semente, ele pode roubar um pouco da água da semente – explica Alvadi Balbinot Junior.

O norte do Paraná é a região com maior atraso nas lavouras de soja do Estado. E é preciso esperar pela chuva.

– O agricultor não pode ter pressa de plantar. Ele tem que aguardar a melhor época. No Paraná, nós temos uma janela de semeadura grande, que começa no final de setembro e vai até 15 a 20 de novembro. É um espaço grande, só que há materiais adaptados para cada época de semeadura. Ele tem que aguardar e esperar o melhor momento para não comprometer ainda mais o desempenho da lavoura na safra que aí está – completa o consultor técnico do Soja Brasil.

Veja a reportagem completa:

Acompanhe o trajeto da Equipe 2 da Expedição Soja Brasil:

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