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'Nossa região está em estado de guerrilha', diz agricultor do Maranhão

Produtor rural de Zé Doca afirma que agricultores tiveram atividades financiadas pelo governo e que agora são tratados como bandidosNa segunda, dia 24, a Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciou o processo de desintrusão de não-índios dos municípios de Centro Novo Maranhão, Governador Newton Bello, São João do Caru e Zé Doca, no Noroeste do Maranhão. A data era limite dos 40 dias dado pela Justiça Federal para que os moradores locais deixassem a área de forma voluntária. A terra foi homologada como indígena em 2005 e dará espaço para a etnia Awá-Guajá. No total, cerca de 6 mil pessoas devem deixar o local.

Conforme entrevista do agricultor Odilon José Alves Filho, de Zé Doca, ao programa Mercado e Companhia, os agricultores da região estão sendo tratados de forma injusta, já que não são latifundiários e nem exploradores de madeira (a região foi alvo de madeireiros ilegais, que contribuíram para a devastação da área). Ele defende que o governo dê um novo prazo para a desocupação, pois os produtores foram tratados como “bandidos e plantadores de maconha” e serão encaminhados para uma região sem aptidão agrícola e de solo infértil (Parnarama, a cerca de 300 quilômetros do local).

Segundo ele, muitos agricultores vivem de maneira subsistente, com o cultivo de mandioca, e o estado na região é de “guerrilha”, com atuação da Polícia Federal e das Forças Armadas.

– Essas quatro cidades têm os piores IDH [Índice de Desenvolimento Humano] da região. Os produtores são tratados pelo governo como bandidos e plantadores de maconha. Paulo Maldos [Secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República] afirma que eles estão lá ilegalmente e trata os agricultores como grandes fazendeiros -afirma o agricultor.

Alves Filho lembra que os pequenos agricultores da região tiveram suas atividades agrícolas financiadas pelo próprio governo federal, com recursos do Banco do Nordeste, do Banco da Amzônia e do programa de Agricultura Familiar.

Além da desintrusão, a Funai obstruiu ramais e estradas de acesso à atual reserva indígena. O direito ao usufruto da terra pela comunidade indígena foi definido por meio de decreto presidencial publicado em 2005. 

Assista à entrevista completa:

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