Cultivar de soja com alto potencial produtivo e precocidade é lançada

Tecnologia criada pela Embrapa e a Fundação Meridional pode ser boa opção para áreas de refúgio

O lançamento de qualquer nova tecnologia para o campo é sempre muito comemorada pelo setor produtivo. Quando a novidade é uma nova cultivar então, nem se fala. Uma parceria entre a Embrapa e a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa trouxe ao mercado brasileiro uma nova variedade de soja, a BRS 413RR, que reúne as principais características que o produtor almeja: alto potencial produtivo, com boa sanidade e precocidade.

O lançamento aconteceu durante o Show Rural 2017, em Cascavel (PR),e a Embrapa destaca que esta nova cultivar é resistente às principais doenças da soja como cancro da haste, mancha olho de rã, oídio, podridão parda da haste.

Outro diferencial da BRS 413RR é a precocidade. A nova cultivar pertence ao grupo de maturidade relativa 6.2, variando de 101 a 139 dias de ciclo total, dependendo da região e época de semeadura. “Essa característica é importante porque, permite o plantio da segunda safra de milho nas regiões onde esse cultivo é viável. A colheita mais precoce também pode ajudar no controle de percevejos e de doenças como a ferrugem da soja, uma vez que reduz o tempo de exposição da cultura a esses problemas, no campo”, explica o pesquisador Carlos Lásaro Pereira de Melo.

personagem soja

A cultivar apresenta ainda folhas mais estreitas, boa ramificação e resistência ao acamamento, características que a torna bastante desejada pelo produtor. Por enquanto, a BRS 413RR é indicada para uma grande área de adaptação como: Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O mapa com a área de indicação da cultivar e todas as características estão disponíveis no link

Segundo Melo é importante ressaltar que, apesar de sua ampla adaptação de indicação, resultados da rede de ensaios do melhoramento e de lavouras expositivas, indicam que a nova tecnologia tem apresentado maior potencial produtivo em regiões acima de 500 metros de altitude, com ampla “janela” de semeadura. “No geral, em áreas abaixo deste número, esta cultivar será mais competitiva se semeada em solos de alta fertilidade e após dia 5 de outubro”, afirma.

Uma vantagem importante é que esta nova tecnologia pode ser uma opção para o produtor fazer sua área de refúgio, já que com a ampliação do uso de soja com a tecnologia Intacta (Bt) no Brasil, o produtor depara-se com a falta de boas opções de cultivares para utilizar nas áreas de refúgio. Em cada 80 hectares de soja Bt, por exemplo, o produtor precisa plantar, no mínimo, outros 20 hectares com soja não-Bt, formando a área de refúgio, garante a Embrapa. Nessa área, o produtor pode utilizar soja convencional (não transgênica) ou qualquer soja transgênica que não tenha a tecnologia Bt. “A BRS 413RR vem justamente preencher essa lacuna que é a de oferecer sementes para as áreas de refúgio. É importante destacar que a precocidade da BRS 413RR é semelhante ao ciclo da maioria das cultivares Intacta que estão no mercado, o que é um fator desejável para sua utilização como refúgio”, ressalta o pesquisador da Embrapa.

Veja mais notícias sobre soja