Produtor de Mato Grosso foi eleito por acalmação para dois anos de mandato; conheça a nova diretoria
Manaíra Lacerda | Brasília (DF)
A Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) elegeu uma nova diretoria para a entidade pelos próximos dois anos nesta quinta, dia 31 de março. Marcos da Rosa, produtor de Mato Grosso e único concorrente ao cargo foi escolhido por aclamação. A nova diretoria toma posse em maio.
– Nós somos um produtor, somos um peão de fazenda. Fazemos todo um trabalho que existe na propriedade rural. É o produtor que está aqui representando o produtor, sofrendo juntos todas as sanções que acontecem no campo, que lhe prejudicam a renda – diz o novo presidente.
O atual presidente da associação, Almir Dalpasquale, encerra a gestão de dois anos seguro de que ajudou o setor a avançar em diversos temas, como o Código Florestal e a Lei de Cultivares. Ele só lamenta não ter conseguido colaborar para uma mudança significativa no seguro rural.
– Sempre foi uma bandeira que eu tinha. Eu queria ter feito, ter conseguido, mas infelizmente esse foi um momento difícil, que a gente passou discutindo, discutindo, e não conseguimos avançar. Tomara que o novo presidente que assuma consiga colocar isso na agenda novamente e trazer o que e importante ao setor produtivo – avalia Dalpasquale.
Os produtores de Mato Grosso comemoram o fato de um representante do maior estado produtor de soja do país estar de volta à presidência da Aprosoja Brasil. O último presidente representando a região foi Glauber Silveira, que deixou o cargo em 2014.
– Esta nova diretoria vai demonstrar muita garra, muito empenho nas ações. Nós temos todo um problema político e econômico que assola o pais e que também tem atingido nosso negócio, apesar de ainda estar dando superávit na balança. Mas o nosso negócio tem sido impactado. Isso é muito preocupante em um momento que a gente precisa planejar a próxima safra – critica o presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin.
Propostas
Marcos da Rosa concedeu uma entrevista exclusiva ao Canal Rural e falou das propostas para sua gestão 2016-2018. Entre elas, estão a renegociação de dívidas dos produtores que tiveram quebra nesta safra e as mudanças no seguro rural.
Renegociação de dívidas
– A credibilidade que nós temos na interlocução vai fazer com que o mercado entenda que há uma necessidade de prolongar a dívida do produtor em alguns anos pra frente. Com a produção dos próximos anos, ele [agricultor] começa a liquidar essas dívidas. Mas esse é um problema sério, talvez o problema mais grave que a agricultura esteja vivendo neste momento – argumenta.
Seguro rural
– Nós temos que fazer um seguro que ele cubra, realmente, os custos em 100% e preserve uma renda porque você tem que alimentar sua família, você tem que repor peças que ficaram danificadas durante o processo de trabalho. Então, nós temos que buscar um entendimento neste sentido – avalia Marcos da Rosa.
Pagamento de royalties e Lei de Cultivares
– Temos que ter uma igualdade mundial. Quanto que os Estados Unidos pagam? Quanto que a Argentina paga? Será que, às vezes, nós não temos um preço exorbitante no Brasil, se comparado com outros lugares que concorrem conosco em produção de soja? Acho que a conversa, o embate vai ser nesse sentido – explica o dirigente.
Registro de defensivos
– As liberações são necessárias o mais rápido possível porque nós temos produtos que não funcionam mais no campo, inseticidas, mas principalmente os fungicidas no caso da ferrugem asiática. Até pela questão do preço, para tornar os produtos mais acessíveis, quanto mais empresas trabalhando com um produto que está fornecendo, o produto fica mais acessível, que é nossa conversa do início. Nós buscamos a renda do produtor rural – afirma.
Impeachment
– Eu acho que já vem muito tarde esse impeachment. O Brasil perdeu competitividade, perdeu credibilidade, e, tudo isso, nós que vivemos no campo e que temos uma vida diária em busca de renda nós sentimos o peso dessa ineficiência. Então o Brasil precisa de um novo rumo, precisa de projetos de nação, que a gente não está vendo e essa turma que está aí, certamente não tem esse projeto – comenta o novo presidente da Aprosoja Brasil.
Perfil
Marcos da Rosa nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, em 1965. Aos 22 anos, se formou em engenharia agronômica e no ano seguinte desbravou o Centro-Oeste brasileiro, chegando a Canarana, no nordeste de Mato Grosso, para assumir as fazendas da família. Da Rosa é produtor de soja, milho, arroz e gado. Sua atuação como liderança dos produtores começou no Sindicato Rural do município, onde já foi presidente e agora é vice-presidente. Atualmente ocupa a segunda vice-presidência leste da Aprosoja-MT, entidade que ajudou a fundar.
Veja a entrevista:
Veja como foi a eleição:
Conheça a nova diretoria da Aprosoja Brasil:
Presidente: Marcos da Rosa (Aprosoja-MT)
Vice-Presidente Imediato: Bartolomeu Brás (Aprosoja-GO)
Vice-Presidente AP: Vanderlei Daniel Sebben Filho (Aprosoja-AP)
Vice-Presidente GO: Adriano Antônio Barzotto (Aprosoja-GO)
Vice-Presidente MA: Jose Carlos Oliveira de Paula (Aprosoja-MA)
Vice-Presidente MT: Antônio Galvan (Aprosoja-MT)
Vice-Presidente MS: Juliano Schmaedecke (Aprosoja-MS)
Vice-Presidente PA: Fábio Patto Kanegae (Aprosoja-PA)
Vice-Presidente PR: Marcio Bonesi (Aprosoja-PR)
Vice-Presidente TO: Ruben Ritter (Aprosoja-TO)
Vice-Presidente RS: Pedro Nardes (Aprosoja-RS)
Vice-Presidente SC: Claudio Hartmann (Aprosoja-SC)
1º Diretor Administrativo: Décio Teixeira (Aprosoja-RS)
2º Diretor Administrativo: José Sismeiro (Aprosoja-PR)
1º Diretor Financeiro: Christiano Bortolotto (Aprosoja-MS)
2º Diretor Financeiro: Isaías Soldatelli (Aprosoja-MA)
Conselho Fiscal Titular: Juarez Londero (Aprosoja-RS)
Conselho Fiscal Titular: Mauricio Buffon (Aprosoja-TO)
Conselho Fiscal Titular: Vanderlei Ataídes (Aprosoja-PA)
Conselho Fiscal Suplente: Celso Carlos dos Santos Junior (Aprosoja-AP)
Conselho Fiscal Suplente: Elso Pozzobon (Aprosoja-MT)
Conselho Fiscal Suplente: Aredison Silva de Andrade (Aprosoja-GO)