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OPORTUNIDADE

Nova fronteira agrícola pode transformar Goiás no 3º maior produtor de grãos do país

Expansão no Vale do Araguaia deve fazer safra do estado ultrapassar 50 milhões de toneladas, mas fornecimento de enrgia elétrica é gargalo

Vale do Araguaia
Foto: Mayke Toscano

Considerada a nova fronteira agrícola de Goiás e do Centro-Oeste brasileiro, a região do Vale do Araguaia já produz cerca de 10% da safra de soja e 15% do milho do estado.

No entanto, em evento realizado nesta sexta-feira (14) por produtores rurais e pela Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), destacou-se que a região tem potencial para aumentar sua área agricultável em pelo menos 50% no curto-prazo.

Se isso for feito, a safra agrícola goiana pode ser elevada para mais de 50 milhões de toneladas ao ano, número que consolidaria Goiás como o terceiro maior produtor de grãos do país. Mato Grosso lidera e Paraná e Rio Grande do Sul revezam a segunda colocação, a depender da quebra de safra que cada um vivencia ano a ano.

Em território goiano, a temporada 2024/25 está prevista em 36 milhões de toneladas, a maior na história do agronegócio do estado.

No evento com os produtores que contou com a presença do governador em exercício Daniel Vilela e de prefeitos de 10 municípios do Vale do Araguaia, ficou claro que para que essas perspectivas positivas se tornem realidade, existem desafios a serem superados. E o principal deles é garantir o fornecimento de energia elétrica.

Na ocasião, o governo anunciou o projeto de duplicar a rodovia estadual GO-164, que faz a ligação do Vale do Araguaia (a partir de São Miguel do Araguaia) até o sul e o sudoeste goiano. Além disso, serão recuperados mil quilômetros da malha rodoviária goiana, com foco em importantes estradas da região produtora.

O produtor rural e ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot, afirmou que o Vale do Araguaia vive uma transformação acelerada, com áreas propícias para produção agrícola e maior produtividade.

“Além da grande disponibilidade de terras, outro fator decisivo para que a região se destaque no agronegócio é seu enorme potencial hídrico. Com irrigação, podemos transformar uma área de pastagem degradada e produzir três vezes mais que em área não irrigada”, afirma.

Desafios ao crescimento

Apesar de estar se tornando rapidamente na maior fronteira do agronegócio brasileiro, o Vale do Araguaia ainda enfrenta grandes desafios. O maior deles é a oferta de energia elétrica, principalmente no que diz respeito à indisponibilidade de carga. “Muitos produtores ainda têm de usar geradores de energia, o que torna o custo de produção muito alto e, para a maioria, inviável”, frisa Darrot.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Clodoaldo Calegari, afirma que o agronegócio goiano vive no Vale do Araguaia seu novo momento de forte expansão.

“Temos ainda muita terra disponível na região para a agricultura, altamente favorecida pelo seu relevo e abundantes recursos hídricos. Vamos viver um novo crescimento até o final desta década com a conclusão da obra da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), prevista para 2029”, diz.

Expansão da rede elétrica em Goiás

O superintendente de Engenharia e Planejamento da Equatorial Goiás, Roberto Silva Vieira, afirmou durante o evento que a distribuidora tem todo o interesse em expandir a rede de energia elétrica para o Vale do Araguaia.

“Para se ter uma ideia, a demanda desta região por energia cresceu nos últimos cinco anos a uma taxa média anual de 9%, contra a média nacional de 2%. Isto é reflexo direto do crescimento do agronegócio nesta parte do estado”, frisa.

Entretanto, o executivo afirmou que serão precisos investimentos em linha de transmissão de energia. “Não podemos resolver apenas de forma paliativa. O grande gargalo no Vale do Araguaia é que não temos na região uma empresa de transmissão. Em parceria com o governo de Goiás, estamos atuando na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para termos uma solução definitiva, que só acontecerá com o leilão de construção de nova linha de transmissão, previsto para este ano”, afirma Vieira.

O governador em exercício ressaltou que o leilão da linha de transmissão para a região deve ser realizado até outubro deste ano. “Uma vez realizado, vamos concentrar esforços sobre a empresa ganhadora, para que antecipe o seu cronograma de investimentos. A expectativa inicial é que esta linha esteja concluída até 2029, com ponto de distribuição em Matrinchã [noroeste goiano]. Mas o Vale do Araguaia tem urgência e vamos trabalhar forte para anteciparmos esse calendário.”

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