Agora, período de vazio será de 1º de junho até 30 de setembro, totalizando 120 dias. Antes, resolução de novembro de 2014 determinava 137 dias, que começaria em 1º de maio
Depois do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) determinar que o vazio sanitário do Estado passaria de 90 dias para 137 dias, em outubro, o órgão mudou novamente a regra para a próxima safra. Em publicação no Diário Oficial do Estado, em 30 de dezembro de 2014, o período determinado será de 120 dias, começando em 1º de junho até 30 de setembro, valendo para o ciclo 2015/2016. Na resolução antiga, o prazo era 1º de maio até 15 de setembro.
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Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MT), as mudanças no vazio sanitário facilitaram o controle das plantas voluntárias e, consequentemente, diminuirão a pressão pelo fungo causador da ferrugem asiática. O presidente da entidade, Ricardo Tomczyk, salienta que a medida iguala o período de plantio no Estado.
– Nossa avaliação é que a medida além do que a gente havia solicitado (ao Indea). O que a gente pedia é que fosse liberado até 1º de junho somente para fabricação de sementes. Nós pedimos a extensão nesse caso especifico e que o final fosse em 30 de setembro, para igualar o plantio no Estado e para não existir diferença entre as regiões – avalia Tomczyk.
Após a resolução de novembro, houve muita discussão na cadeia produtiva local. Os produtores defendiam o modelo agora adotado, o que vai igualar as datas de plantio dos produtores irrigantes com os que não usam da tecnologia. O Soja Brasil antecipou no final de novembro que a mudança poderia ocorrer.
Porém, a decisão desagradou a Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso. O coordenador, Wanderlei Dias Guerra, lamentou a mudança e ressalta que o novo calendário favorece a soja segunda safra, o que, segundo ele, aumenta a pressão da ferrugem nas regiões em que o ciclo da soja sobre soja é feito.
– Nós, há muito tempo, discutimos isso para regulamentar (segunda safra), inclusive pedimos o aumento do vazio sanitário justamente para evitar a segunda safra, que é muito prejudicial. Não queremos tirar o direito do produtor produzir sua semente, mas ele pode fazer isso durante a safra. Nos baseamos em pesquisas que mostram essa necessidade. Para essa decisão, não houve isso. O aumento de aplicações na safrinha dificulta muito a sobrevida dos fungicidas – explica Guerra, em entrevista ao Rural Notícias desta segunda, dia 5.
O presidente da Aprosoja-MT afirma que a entidade não apoia o cultivo da segunda safra comercial, apenas para a produção de sementes. Na avaliação de Ricardo Tomczyk, a prática tem mais prejuízos do que benefícios para o produtor. No entanto, ele entende que precisa haver mais conscientização sobre o assunto.
– É um problema, é um ponto que não há consenso (entre os produtores). Nós não achamos uma prática positiva, nós queríamos somente a soja sobre soja para produção de sementes. O nosso pedido não foi com a intenção (de viabilizar a segunda safra de soja) – comenta.
Clique aqui e veja a entrevista de Ricardo Tomczyk ao Rural Notícias e clique aqui para rever a entrevista de Wanderlei Dias Guerra.
Confira aqui a publicação do Indea: