Segundo a especialista em alimentos da Anvisa, Ligia Lindner Schreiner, “existem diversas formas de fazer a redução dos níveis de DON (micotoxina Deoxinivalenol) no trigo, como a questão de boas práticas nas lavouras, que não acontece só pelo uso de fungicidas, mas com um manejo correto e controle da época de plantio”.
? Além disso, depois de ter a coleta do trigo, é necessário fazer a seleção dos grãos. Há estudos que mostram que se pode reduzir em até 70% a contaminação pela simples seleção dos grãos contaminados ? diz Ligia.
A especialista em alimentos adverte que a micotoxina provoca efeitos nocivos à saúde do homem. Em efeitos agudos, ela provoca vômitos, mas os efeitos crônicos são os que preocupam mais.
? Eles podem ter efeito cancerígeno, redução da conversão alimentar. São diversos os efeitos que podem causar no organismo humano ? alerta.
Para Ligia, o país estava carecendo de uma norma, pois conforme os estudos vão evoluindo, outros países começam a implantar suas regulamentações e o Brasil acaba ficando para trás.
? O Brasil entra em risco, pois tudo aquilo que não consegue alcançar mercados mais rigorosos chega ao mercado brasileiro. Se nós afrouxarmos, se não colocarmos regras, nós começamos a importar matéria-prima de péssima qualidade ? declara.
Segundo Ligia, o prazo para adequação às novas normas não deve mudar.
? Até o momento, não recebemos nenhum estudo, nenhum dado novo que indique a necessidade de prorrogar os prazos. Pelos níveis que estão sendo encontrados, os limites são perfeitamente alcançáveis pelo que se tem de conhecimento até o momento ? diz a especialista.
Confira a entrevista completa com
Ligia Lindner Schreiner no Rural Meio-Dia: