Analisada por esse aspecto, a variedade se adapta melhor ao clima brasileiro. Outras espécies, como a Fuji e a Gala, são importadas e têm demandas diferentes das características disponíveis no Brasil.
Na lista de vantagens da Daiane, segundo a Epagri, também está o volume de produção: dá para conseguir até 50 toneladas em um hectare plantado. O trabalho de melhoramento se concentra, agora, na divulgação da espécie, que já é encontrada no mercado.
Quem trabalha nisso são os funcionários da Estação Experimental da Epagri de Caçador, onde a primeira muda da espécie nasceu, depois de milhares de cruzamentos que começaram em 1987.
A maçã Daiane conseguiu conquistar a preferência de alguns produtores da cidade catarinense de Fraiburgo, município considerado o maior produtor de variedade, com cerca de 85 hectares plantados. Em Santa Catarina, são 300 hectares da espécie.
O pai da nova variedade, o engenheiro agrônomo Frederico Denardi, explica que estes produtores aproveitam para colher a Daiane no intervalo de outras espécies. É uma maneira de otimizar o trabalho e conservar a mão de obra, que é escassa entre janeiro e abril.
? Muitos produtores trazem gente de longe para trabalhar na colheita. Há um intervalo de cerca de um mês entre a Fuji e a Gala. E é nesta época que a Daiane está pronta ? explica Frederico.
Para chegar a esta característica da época de maturação, os pesquisadores da Epagri fazem testes constantes. Frutas verdes e prontas para o consumo passam por análises fisiológicas e de conservação.
Uma das constatações em laboratório, comprovada depois por quem já provou, é de que a fruta é mais doce e suculenta do que as demais espécies. Além disso, é crocante e tem um sabor equilibrado por níveis de açúcares e de ácidos.