— Ele (USDA) divulgou nessas duas primeiras semanas, números que foram fora do que o mercado imaginava. Na soja ele aumentou em torno de três milhões de toneladas a projeção de produção dos Estados Unidos. A gente sabe que os Estados Unidos vieram de um ano de queda de safra, de uma seca muito grande, e ninguém esperava. A cotação da soja na Bolsa de Chicago atingiu a mínima em mais de quatro meses durante o mês de novembro. Chegou a cair em torno de 10% — explica o analista de mercado da FC Stone, Glauco Monte.
Da metade do mês em diante, os preços voltaram a subir. A demanda continua firme, os estoques baixos e, além disso, o mercado está preocupado com a safra da América do Sul.
O mês também foi de queda para o preço do café, que esta semana chegou no valor mínimo desde 2010, mas a recuperação foi imediata, principalmente por causa dos fundos de investimento.
— Tecnicamente o movimento que a bolsa fez nesta quarta (28) foi muito interessante. Ela mostrou uma reversão de tendência, acho que por conta dessa posição muito grande de vendido dos fundos — diz o analista de mercado Roberto da Costa Lima.
No açúcar, a situação é mais complicada. Segundo o analista de mercado Guilherme Nastari, os preços do açúcar estão abaixo dos custos de produção.
—É uma situação parecida com a de 2006/2007, onde o custo de produção do Brasil estava acima do preço internacional do açúcar. No curto prazo, é uma recuperação do estoque mundial de açúcar. Então, regiões produtoras que passaram a ter estímulo a produzir açúcar nos últimos três anos estão fazendo com que você tenha um volume maior de açúcar no mundo — afirma o diretor da Datagro, Guilherme Nastari.