A presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), havia previsto essa corrida. Isso porque o texto estabelece uma moratória de cinco anos para novos desmatamentos. Hoje é possível desmatar 20% da propriedade na Amazônia e 75% no Cerrado (em Estados da Amazônia Legal).
O secretário estadual do Meio Ambiente de Minas, José Carlos Carvalho, diz que a pasta tem identificado “uma maior pressão para desmatamento neste ano”. Houve um aumento de cerca de 20% nas autorizações para intervenção na vegetação. Em 2009 foram 1710 autorizações. E, até 12 de julho de 2010, 1046. Para Carvalho, tomando como base o princípio da precaução, deveriam ser suspensas as autorizações para desmate até a lei ambiental ser definida.
Denílson Bezerra, diretor de Florestas do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), relata um aumento de cerca de 30% na busca por licenças de desmate. Nos seis primeiros meses deste ano foram 232 autorizações para desmate, contra 350 de todo o ano passado.
? O Tocantins tem forte vocação agropecuária. Temo que, com essa moratória, o desmatamento ilegal volte a aumentar. Tem havido um aumento da demanda por desmatamento e estou preocupado com isso ? diz Bezerra. De acordo com ele, o Estado tem boa logística e terras baratas, o que atrai os produtores.
O deputado Aldo Rebelo não vê problema no aumento de pedidos para desmatar – já que é um direito do produtor pela lei atual. Assuero Veronez, da CNA, afirma não ter percebido um crescimento da busca por permissões de desmate no Acre, mas também diz se tratar de um direito legítimo do proprietário.