A estimativa do número de propriedades que não precisariam mais recuperar a vegetação nativa é do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS). Conforme o parlamentar, membro da bancada ruralista, a projeção tem como base dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam a existência de cerca de 440 mil propriedades no RS, sendo 90% com extensão de até cem hectares.
Em uma sessão tumultuada e de troca de xingamentos entre deputados ligados ao agronegócio e ao ambientalismo, também foi aprovada uma espécie de moratória para propriedades que têm atividades em áreas de proteção permanente (APP). A regularização, com a possível definição de compensações ambientais, será feita pelos Estados, que terão cinco anos para definir um plano.
? Existem muitas áreas de APP no Rio Grande do Sul consolidadas com produção de fumo, maçã e uva ? diz Heinze.
Um ponto mantido no texto reformado pelo relator Aldo Rebelo (PC do B-SP) e que desagradou aos ruralistas foi a redução de 30 metros para 15 metros de matas ciliares em cursos d’água com até cinco metros. A bancada queria que a distância fosse reduzida para 7,5 metros e que a prerrogativa para decidir sobre o assunto fosse dos Estados.
Para o coordenador de campanha do Greenpeace, Rafael Cruz, a proposta aprovada “foi o maior retrocesso que nossa lei de florestas já sofreu”. O ativista entende que o texto é um sinal verde para o desmatamento e concede anistia ilegal para quem desmatou e cometeu crimes ambientais nas últimas décadas. Para Cruz, a mudança no Código Florestal tem interesses eleitorais.