Este desempenho pode ser comprovado por meio dos últimos leilões da raça. Em setembro deste ano a potranca Caiada da Embrapa, então com 8 meses, foi vendida pelo maior preço no 13º Leilão de Elite do Cavalo Pantaneiro (R$ 24 mil), em Corumbá, durante a Feapan 2008 (Feira Agropecuária do Pantanal). Na categoria potra júnior, nenhuma outra fêmea da idade na raça Pantaneira havia conseguido este valor.
A pesquisadora Sandra Aparecida Santos, responsável pelo núcleo, disse que ele surgiu por iniciativa do pesquisador Arthur da Silva Mariante, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Na ocasião, os pesquisadores Urbano Gomes Pinto de Abreu e Maria Cristina Mazza, da Embrapa Pantanal, foram para Poconé (MT) onde visitaram diversas fazenda de criação para fazer a seleção de potrancas e reprodutores.
Eles trouxeram três garanhões com idade média de 36 meses, quatro éguas com idade de 50 meses e 24 potrancas com idade média de 24 meses para formar o rebanho base. Em 1989, Sandra assumiu a coordenação do Banco de Germoplasma do Cavalo Pantaneiro, função que ocupa até hoje.
Atualmente o núcleo tem 22 éguas em reprodução e dois reprodutores.
? A população é pequena por conta da capacidade de suporte da fazenda Nhumirim e também por causa da venda anual para os criadores interessados pela raça ? disse Sandra.
A Embrapa só vende seus cavalos por leilão ou carta-convite. Também foram doados animais para a Polícia Militar e alguns foram entregues à Embrapa Gado de Corte, de Campo Grande, para serem utilizados em atividades de manejo do gado.
Desde que foi criado, o núcleo se preocupa com a conservação da variabilidade genética da raça. Freqüentemente é feita a troca dos reprodutores, adquiridos de diferentes procedências. Esse cuidado é para evitar a consangüinidade e manter a diversidade genética.
? O objetivo é conservar a raça, mantendo as características de adaptabilidade obtidas por mais de dois séculos de seleção natural. Na seleção dos animais do núcleo, há a preocupação com a conformação corporal e a funcionalidade da raça ? disse a pesquisadora da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS).
Nesses 20 anos a Embrapa Pantanal desenvolveu estudos sobre caracterização genética, caracterização fenotípica, curva de crescimento e desenvolvimento corporal, desempenho reprodutivo, hábitos alimentares e uso do ambiente, sanidade, comportamento animal, tolerância ao calor, entre outros. As pesquisas foram feitas em conjunto com a ABCCP (Associação Brasileira de Criação do Cavalo Pantaneiro), universidades e criadores.
Todas essas informações serão reunidas em um livro ilustrado sobre o Cavalo Pantaneiro, que será lançado em 2009.