Núcleo de inteligência do Ibama tenta frear o desmatamento na Amazônia

Derrubada de árvores aumentou cinco vezes nos primeiros dois meses de 2011 em Mato GrossoUm núcleo de inteligência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tenta frear o desmatamento na Amazônia. Técnicos do Rio Grande do Sul reforçam a equipe que trabalha no Mato Grosso, onde a derrubada de árvores aumentou cinco vezes nos primeiros dois meses de 2011, em comparação ao mesmo período do ano passado.

Onze técnicos gaúchos já estão no Mato Grosso. A previsão é de que pelo menos 60 participem das ações de fiscalização no Estado. O número de operações dobrou de janeiro a maio e o valor das multas aplicadas chega a R$ 275 milhões.

O núcleo de inteligência do Rio Grande do Sul existe há dez anos. Ele foi o primeiro criado entre as unidades do Ibama no país para aprofundar as investigações sobre os crimes ambientais.

? Hoje nós temos três servidores trabalhando neste núcleo, checando informações, cruzando e isto está propiciando que o Ibama tenha operações mais eficientes e eficazes no combate ao desmatamento ? explica o superintendente do Ibama, João Pessoa Moreira Júnior.

O trabalho do núcleo de inteligência começa, na maioria das vezes, com ações de rotina. Foi através de uma delas que os técnicos encontraram uma carga de madeira irregular na fronteira do Brasil com o Uruguai. E ela levou o Ibama a uma grande operação com a Polícia Federal no Norte do país.

O aumento da derrubada de árvores é detectado pelo sistema de monitoramento do instituto. O Ibama comparou os números de agosto de 2009 a abril de 2010 com os de agosto de 2010 a abril de 2011 e o crescimento chegou a 26%.

? O trabalho aqui no Rio Grande do Sul é basicamente atacar o polo consumidor desta madeira que vem do norte. E, no entanto, tivemos que mudar o nosso sistema de trabalho. Ao invés de continuar este monitoramento do polo consumidor aqui no Sul, a gente está encaminhando os agentes pro Norte do país pra atuarem nas frentes de combate ao desmatamento ? conta o chefe da Divisão de Fiscalização, Régis Fontana Pinto.