O estudo iniciou em novembro do ano passado e já identificou 89 focos de ferrugem asiática. Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais têm um caso da doença; Paraná, sete; São Paulo, 16. A região Centro-Oeste é a recordista, com 63 focos, 46 somente em Goiás.
No centro oeste, nos meses de dezembro e janeiro a situação fica ainda pior. Isso porque a soja está na fase reprodutiva, e o clima chuvoso faz a ferrugem se propagar mais facilmente.
– A ferrugem é um fungo e precisa de umidade. Então, a chuva favorece. E a chuva desfavorece o controle químico, impede a entrada dos pulverizadores nas lavouras para pulverizar no momento adequado – afirma o pesquisador da Embrapa, Sebastião Pedro.
Em uma fazenda em Formosa, Goiás, 6 mil hectares de soja foram plantados em outubro. A expectativa é de que 18 mil toneladas do grão sejam colhidas em março. Até lá, o cuidado com a lavoura é rigoroso. O trabalho começa ainda no pré-plantio e inclui monitoramento e aplicação de defensivos químicos. Na safra passada, esse manejo preventivo elevou o custo de produção de R$ 170 para R$ 300, mas tem dado resultado.
– Desde o tratamento da semente, já é determinado o plano de ação. A diferenciação está entre as cultivares: um, dois, três ou quatro aplicações, dependendo do ciclo. Depois que a gente adotou esse sistema preventivo, a ferrugem foi praticamente erradicada. Existe presença de focos em beiras de estradas, postes, onde a barra do pulverizador não atinge – afirma o engenheiro agrônomo Ademir Bau Meller.
Em todo o país, a praga causou prejuízo de R$ 2 bilhões na última safra, somando o que foi gasto no combate ao fungo e as perdas nas lavouras. Para a Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), a demora na liberação de novos defensivos tem comprometido a eficiência do manejo. Atualmente, há três tipos de ativos para eliminar a ferrugem, um deles foi liberado pelo Ministério da Agricultura, em outubro de 2013.
– Ao longo de 2013 nós tivemos uma negociação mais aberta. Conseguimos fazer listas de prioridades e acreditamos que esses produtos vão sair, sim, em 2014. Quanto tempo vai demorar nós não sabemos. Mas existe a expectativa de que até o primeiro semestre estes produtos já estejam disponíveis – afirma Fabrício Rosa, diretor-executivo Aprosoja.