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Número de multas por não respeitar o vazio da soja cresce 20%

No ano passado a doença se espalhou pelo país, que registrou o maior número de casos dos últimos quatro anos vazio

Pedro Silvestre, de Diamantino (MT)
Daqui alguns dias os produtores de Mato Grosso já poderão dar inicio ao plantio da soja, e iniciar a safra 2017/2018. Enquanto isso, alguns fazem o controle das plantas guaxas para evitar que a ferrugem asiática atinja as lavouras, evitando assim prejuízos. Por outro lado estão outros, menos preocupados, que não erradicaram as plantas de seus campos e tomaram multas por isso.

O sojicultor Luciano Rutilli Gurda Lara está aguardando ansiosamente a chegada do dia 15 de setembro quando se encerra oficialmente o período do vazio sanitário da soja para dar a largada no plantio nos quatro mil hectares da propriedade. Enquanto isso , ele segue monitorando e exterminando as plantas guaxas que aparecem por lá.

Abertura Nacional do Plantio da Soja 2017/2018

“Fazemos as aplicações de fungicidas preventivas e agora, na época da seca, cuidamos das plantas guaxas que podem ficar com hospedeiras da doença. Não podemos brincar com ela não. Todo mundo tem que cuidar de suas áreas para não deixar que os esporos da ferrugem se espalhem”, diz Lara.

E o produtor sabe bem do que está falando, pois há cinco anos ele se descuidou e a doença se alastrou. O resultado foi um grande prejuízo. “Tivemos que abandonar a lavoura e perdemos dez sacos por hectare. O prejuízo foi grande e não tivemos o que fazer. Aplicamos tarde e não deu resultado, a população de ferrugem foi muito grande. Por isso é importante prevenir “, garante o sojicultor.

Apesar dos cuidados de muitos produtores, o número de autuações por não erradicar as plantas de soja de seus campos, cresceu 20% esse ano. Ao todo foram fiscalizadas, em 40 dias, mais de três mil propriedades em Mato Grosso. “Até agora emitimos 60 autos de infrações. Número crescente se comparado ao ano passado”, conta o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), Guilherme Nolasco.

Ele explica que por enquanto não acha a situação uma calamidade, afinal em um ano, muitas áreas novas de soja surgiram. “Mato Grosso tem mais de 8 milhões de hectares cadastrados no sistema do Indea, crescimento de quase 11% ante o ano passado. Na maioria dos casos, são áreas de pastagens sendo incorporadas a agricultura, novos tipos de agricultores entrando na atividade, gente que não tem conhecimento sobre a importância do controle da ferrugem”, afirma Nolasco.

A Associação dos Produtores de soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) já está empenhada em conscientizar estes mal informados e outros produtores rurais do estado. “Temos uma campanha anti-resistência que é para conscientizar o produtor. O trabalho é contínuo e é um problema que estamos sempre cuidando, fazendo contato com algumas prefeituras onde o problema está mais evidente. Elas têm dado o retorno no ambiente urbano e também temos cobrado das concessionárias que façam o seu trabalho nas estradas e ás margens das rodovias e o estado onde não tem o pedágio”, conta Thiago Alvarenga, gerente de defesa agrícola da Aprosoja.

Na safra passada foram registrados no Brasil 415 casos da doença, o maior índice dos últimos quatro anos.

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