– A dívida que o Estado brasileiro tem com esse público que produz alimentos, que cuida da biodiversidade, das nossas culturas regionais, é muito grande. Então, nós precisamos ainda avançar nas políticas públicas. Temos analfabetismo no campo, a tecnologia chegou ao campo. A internet ainda não chegou a muitos recantos brasileiros – aponta.
Para o procurador do Trabalho Jonas Moreno, no entanto, investimento em qualificação também pode mudar a realidade.
– A questão primordial ainda passa por uma crise estrutural que nós temos, que é a educação. A formação desse trabalhador. O Brasil está com um apagão de mão de obra, infelizmente, em razão dessa questão estrutural – diz.
O produtor rural Rubem Landenberger relata ter substituído a mão de obra de cem funcionários de sua propriedade pelo emprego de apenas três, com auxílio de máquinas.
– Essa dificuldade da nova legislação ficou muito unilateral. O produtor não tem mais direitos, apenas deveres. Ficou muito difícil trabalhar na atividade rural com mão de obra. Eu mudei de atividade e passei para algo mais técnico, onde eu uso produtores mais qualificados para não ter os problemas que vinha tendo, que se tem com a mão de obra pouco qualificada – afirma.