A nuvem de gafanhotos que está na Argentina desde maio foi reduzida ainda mais na segunda-feira, dia 27. Segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar do país (Senasa), 87% dos insetos foram eliminados com pulverizações aéreas e terrestres de inseticidas realizadas na quinta-feira, 23, no sábado, 25, e na segunda. Ainda restam aproximadamente 50 milhões de insetos que permanecem na cidade de Federación, na província de Entre Rios, a 10 quilômetros da divisa com o Uruguai e a cerca de 90 quilômetros da cidade gaúcha de Barra do Quaraí, na divisa com o Brasil.
Apesar das baixas temperaturas e da chuva, observadas na região desde domingo limitarem a movimentação do gafanhotos, fiscais estaduais agropecuários do Rio Grande do Sul afirmam que o alerta sobre a entrada desses insetos no território brasileiro permanece. Os insetos remanescentes estão estacionados em copas de eucaliptos e laranjeiras, disse o Senasa. Técnicos da entidade preveem eliminar o aglomerado restante até o fim desta semana com novas aplicações de inseticidas.
“O objetivo principal era romper a nuvem e não permitir a junção novamente, o que não aconteceu até o momento. Durante o dia de ontem, foram detectados gafanhotos vivos, a maioria isolados, mas as ações em campo continuam nos próximos dias”, afirmou o coordenador do Programa de Controle de Gafanhotos e Tucuras do Senasa, Héctor Medina, em nota divulgada para a imprensa.
Uma segunda nuvem de insetos, localizada no norte da Argentina, na província de Chaco, também continua sendo monitorada. Técnicos do Senasa ainda não identificaram a sua localização exata por estar em área de difícil acesso, mas afirmam que o aglomerado se desloca em curso semelhante à direção tomada pela primeira nuvem e em baixa velocidade.
Estima-se que esta nuvem tenha o dobro do tamanho da primeira infestação, de cerca de 800 milhões de insetos.
O Paraguai tem uma outra nuvem de gafanhotos (um total de três é monitorado pelos países da América do Sul), localizada no Departamento Central do Chaco, em Boquerón, próximo à divisa com o norte da Argentina, a cerca de 200 quilômetros, segundo o Serviço Nacional de Saúde e Segurança Vegetal do Paraguai (Senave). De acordo com fiscais agropecuários brasileiros, esta nuvem está cerca de 600 quilômetros distante da fronteira com o Brasil.