De acordo com Cavalcante, o Estado precisa garantir a vida de todas as pessoas ameaçadas de morte que constam de lista feita pela Pastoral da Terra.
? É necessária a compreensão de que a morte virá para essas pessoas. Por isso, o Estado precisa reagir e dar garantia de vida a elas ? disse ele.
Na quinta, dia 2, mais um trabalhador rural sofreu emboscada e foi morto em Eldorado dos Carajás, no Pará ? mesmo local onde, em 1996, houve um massacre de trabalhadores rurais. Marcos Gomes da Silva é o quarto agricultor morto em menos de 10 dias na região.
No dia 24 de maio, o casal de ativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foi morto a tiros em Nova Ipixuna, também no Pará, e três dias depois foi assassinado o líder rural Adelino Ramos, em Vista Alegre do Abunã, em Rondônia. Adelino integrava o Movimento Camponês Corumbiara e tinha denunciado a retirada ilegal de madeira na região.
Ophir Cavalcante acrescentou que o diretor do Conselho Federal da Ordem, Miguel Cançado, viajará à região a convite do Senado, para visitar os locais de conflitos.
? Essas mortes sempre existiram, e o conflito continuará enquanto não houver uma política de ocupação, reforma agrária,e ações nas áreas de educação e de saúde. E para isso é fundamental um trabalho em conjunto envolvendo os governos federal e estadual ? afirmou Cavalcante.
Ao tomar conhecimento do assassinato de Marcos Gomes da Silva, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse na quinta, dia 2, que o governo vai tomar “medidas mais duras” para enfrentar a violência no campo na Amazônia.