Obra para facilitar passagem de produtores rurais é cobrada no interior de São Paulo

Duplicação da SP-308, conhecida como Rodovia do Açúcar, obriga produtores a pagar pedágio nos dois sentidosProdutores da região de Piracicaba (SP) cobram a construção de uma marginal que dê acesso ao município de Rio das Pedras (SP). Desde que começaram as obras de duplicação da SP-308, mais conhecida como Rodovia do Açúcar, eles são obrigados a pagar um pedágio, instalado bem no meio do caminho. A marginal está no projeto da rodovia, mas programada só para daqui dois anos.

O trajeto é bastante conhecido pelos caminhoneiros. Eles saem ou entram na estrada municipal Eduardo Folha, em Rio das Pedras (SP) para seguir para as usinas da cidade ou para os mercados de Piracicaba, que fica há poucos quilômetros. O problema é que, há quatro anos, os custos do frete ficaram muito pesados.

– O custo ficou mais alto, porque a gente paga por quilômetro rodado de frete e, agora que eles fecharam a passagem aqui, não dá nem pra passar com as máquinas – reclama o produtor Ocimar Quirino Paparotti.

Os produtores não são contrários à duplicação, mas gostariam de pagar um preço justo pelo pedágio, que é cobrado nos dois sentidos a R$ 4, cada um. A saída seria a construção da marginal, que consta no projeto da concessionária.

Em um documento do Ministério Público, o promotor de Justiça diz que a construção da pista é de responsabilidade da Prefeitura de Rio das Pedras.

– Até então, nada foi movido a favor disso. Nossas estradas rurais estão em péssimas condições. Então, simplesmente é isso. O que nós pedimos às autoridades é que tenham um olhar para nós produtores também, porque nós estamos apenas comprometidos com a produção de alimentos e mais nada – pede o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Rio das Pedras (Conder), Antônio Marcos Padoveze.

Enquanto a promessa não sai do papel, os trabalhos em outros trechos da rodovia continuam. Até agora, foram entregues 18 quilômetros de duplicação entre os Km 127 e Km 145. A concessionária também concluiu a construção de um acesso e retorno, só que no quilômetro seguinte ao trevo da estrada municipal. O resultado são caminhões de grande porte, tendo que reduzir a velocidade em plena rodovia, risco para eles e para outros motoristas.