A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo a projeção de crescimento global para os próximos anos. Segundo relatório do órgão, Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve crescer 2,9% este ano, índice mais baixo desde a última crise global, entre os anos de 2008 e 2009. O valor é 0,4 pontos percentuais menor que a previsão anterior, feita em maio de 2019, que indicava uma alta de 3,3%.
De acordo com a OCDE, a economia mundial encontra-se instável, sendo afetada principalmente por conflitos comerciais, baixo investimento em negócios e incertezas políticas persistentes. Para 2020, a organização também revisou para baixo sua previsão, passando de 3,4% para 3,0%. Já para 2021, previsão feita apenas no último relatório, a perspectiva é de crescimento de 3,0%.
- PIB agropecuário supera previsão e atinge 1,4%, diz Ipea
- ‘Expectativa sobre melhora na economia em 2020 está crescendo’, diz analista
Os governos devem agir para prevenir “uma estagnação prolongada” na economia internacional. Para a OCDE, é necessário aplicar mudanças estruturais que levem ao uso de energia renovável, ao equilíbrio no sistema tarifário e à normalização das políticas comerciais.
“Seria um erro considerar essas mudanças como fatores temporários que podem ser tratados com a política monetária ou fiscal: eles são estruturais”, afirma a economista chefe da OCDE, Laurence Boone.
“Sem coordenação para o comércio e tributação global, orientações políticas claras para a transição energética, a incerteza continuará aparecendo e prejudicando as perspectivas de crescimento”, disse ela.
China
Para o órgão, a desaceleração deve afetar principalmente a China, o que prejudicará como um todo a economia mundial. De acordo com a OCDE, o PIB chinês deve entrar em queda, passado de 6,2% em 2019 para 5,7% em 2020 e 5,5% em 2021. Em 2018, o crescimento do país era de 6,6%.
O relatório indica que o movimento chinês se deve a uma transição econômica pelo qual o país passa no momento, indo de uma economia fortemente baseada em exportação e manufatura para uma com peso sobre o consumo pessoal e a alta de serviços.
A OCDE também destaca que o cenário comercial pode se agravar caso a situação entre União Europeia e Reino Unido não se resolva. “Qualquer aumento nos conflitos irão interromper as redes de fornecimento, pesando sobre a confiança do investidor, o mercado de trabalho e a renda pessoal”, diz o estudo.