Economia

OCDE reduz projeção do PIB brasileiro para 1,4%

Entidade afirmou ainda que se o Congresso não aprovar agenda de reformas, o Brasil pode retornar à recessão econômica

Inflação, economia, tributo, imposto, conta, custo
Foto: Governo Federal

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu a previsão de crescimento do Brasil neste ano e no próximo, e afirmou que ainda há risco de piora neste cenário caso o governo fracasse em aprovar e implementar reformas econômicas. De acordo com a entidade, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 saiu de 1,9% para 1,4%. A previsão para 2020 também caiu, mas em ritmo menos intenso – de 2,4% para 2,3%.

“Os riscos estão relacionados principalmente à implementação das reformas. O panorama político fragmentado e, por vezes, a relação desafiadora entre os diferentes ramos do governo estão dificultando a construção de um consenso político para reformas fundamentais”, disse em relatório.

A OCDE afirmou ainda que se o Congresso não aprovar agenda de reformas do Executivo, o teto de gastos não será cumprido em 2020, provavelmente resultando em custos de financiamento mais elevados, crescimento mais baixo e, possivelmente, um retorno à recessão.

“Por outro lado, esforços voltados às reformas, além da Previdência, urgentemente necessária, poderiam melhorar significativamente o clima de negócios e levar a um crescimento mais forte, inclusive para exportações”, avaliou.

A OCDE também ressaltou que o aumento das tensões no comércio mundial é outro elemento que pode impedir uma expansão econômica mais intensa do Brasil, “uma vez que a China e os Estados Unidos são os dois principais parceiros comerciais” do país.

“Inflação baixa, salário mais forte e menor desemprego sustentarão o consumo, e o investimento privado terá um crescimento visível em 2019 na medida em que as reformas avançam. Reformas estruturais, além da Previdência, fortalecerão o crescimento em 2020”, disse a OCDE.

China

A previsão de crescimento da China ficou inalterada, em 6,2% neste ano e em 6% para o ano que vem, ressaltando que a economia do país continua desacelerando, em parte por causa da reestruturação em andamento, para privilegiar o setor de serviços, e também por causa das tensões no comércio global.

“O crescimento enfraqueceu gradualmente em meio às tensões comerciais e às incertezas globais. A demanda doméstica, em particular o consumo, continuou robusto graças à crescente renda disponível”, disse.

A entidade apontou que o comércio com o exterior perdeu força porque as antecipações de exportações – uma tentativa de fugir de tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos aos produtos chineses – terminou, e as importações de bens de capital diminuíram por causa do movimento gradual das empresas em direção a níveis mais altos da cadeia de valor.

Para a organização, medidas adotadas recentemente pela China – como a diminuição em tarifas de importação e um aumento do benefício fiscal a exportadores, bem como a redução nos impostos sobre a venda de produtos ao exterior, acabarão mitigando o impacto da tensão comercial.

Nova call to action