O grupo quer testar o apetite do investidor em um processo pré-mercado neste mês, antes de listar as ações em bolsa em dezembro. No entanto, deve pesar na decisão a perspectiva negativa da agência de classificação de risco Standard & Poor’s para o Noble Group, o forte prejuízo registrado no último trimestre e a renúncia repentina de seu executivo-chefe.
O Noble deve passar por um momento difícil para obter a avaliação que está buscando, disse o analista Eugene Ng, da corretora UOB Kay Hian.
? Eles terão de convencer os investidores que seu gerenciamento de risco se tornou sólido e responder sobre mudanças em gerenciamento ? disse Ng.
Condições de incerteza nos mercados também colocam o IPO em dúvida.
No terceiro trimestre, o Noble registrou prejuízo líquido de US$ 17,5 milhões, o primeiro em uma década, por causa da volatilidade nos mercados e das perdas no mercado de algodão. Os preços da fibra atingiram nível recorde no início de março, de 227 cents/lb, e desde então recuaram para menos da metade desse valor, embora permaneçam voláteis. Mas quando os preços estavam subindo, produtores venderam seu algodão no mercado físico para cumprir compromissos, incorrendo em prejuízos.
O grupo informou na última quarta, dia 9, que a Bolsa de Cingapura liberou a separação das operações com agricultura do Noble, de modo que a listagem poderia ser feita com ações novas, antigas ou ambas. O Noble também disse que suas indicações iniciais mostram que os investidores estão interessados na IPO, mas que a companhia ainda espera as melhores condições de mercado para tomar a decisão sobre quando abrir o capital.
O Noble Group afirmou nessa sexta, dia 11, que a renúncia do executivo-chefe Ricardo Leiman se deu por motivos pessoais e não está relacionada ao desempenho operacional da companhia.
? A decisão da renúncia foi totalmente pessoal ? disse um porta-voz do Noble.
A empresa surpreendeu o mercado na quarta, quando anunciou o prejuízo e a renúncia de Leiman. Nessa quinta, dia 10, as ações caíram 27%.