• Banco Mundial: crédito daria previsibilidade ao setor de café
– Foram dois anos de muita seca no Brasil, o que reduziu a produção do café, especialmente do tipo arábica – disse o chefe de Operações da OIC, Maurício Galindo.
Segundo Galindo, o fenômeno climático prejudicou especialmente Minas Gerais, maior produtor de café arábica do país.
– Isso mudou as condições do mercado, que passou a ter déficit na oferta – disse.
A OIC espera que o Brasil encerre a atual safra com 45,14 milhões de sacas produzidas, volume 8,2% inferior ao registrado na safra 2013/2014. A referência da entidade são os números já apresentados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Estoques
O nível dos estoques mundiais diminuiu, mas ainda está em um patamar considerado “confortável” pela OIC. São os estoques acumulados após duas safras recordes no país (2013/2014 e 2014/2015) que garantirão o suprimento do grão diante da queda da atual produção.
– Os estoques estão em um nível confortável atualmente. Tivemos dois anos de boa safra no Brasil e, a não ser que tenhamos outra grande forte seca, a situação é confortável – disse o diretor-geral da OIC, Robério Silva.
Apesar do discurso tranquilizador, a queda da produção brasileira diminui os estoques existentes e o tema tem de ser acompanhado.
– Isso (queda dos estoques) dá mais vulnerabilidade para o mercado, diminui esse colchão – disse Silva.
A maioria do estoque brasileiro é do tipo arábica, exatamente o que mais sofre com a seca nas regiões produtoras. Com a manutenção do ritmo forte de exportações do Brasil, porém, os estoques tendem a “cair pesadamente” este ano, cita a entidade.
Sobre as perspectivas para a safra 2015/2016 no Brasil, Silva disse que é “muito cedo para projetar números”. O dirigente afirmou que é preciso aguardar os números do governo, que balizam as estimativas da entidade. Na terça, dia 23, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gerardo Fontelles, explicou que o governo vai esperar mais alguns meses para aguardar a evolução das chuvas, o que afeta diretamente a florada dos cafezais. Fontelles defende que previsões mais precisas sobre a nova safra poderão ser feitas entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015.