Commodities como café, açúcar e etanol, produzidos no Brasil, serão fortemente beneficiados pela entrada em vigor na quarta-feira, dia 22, de um novo acordo de facilitação e comércio ratificado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A avaliação é do embaixador da Representação Permanente do Brasil junto a Organizações Internacionais, Hermano Telles Ribeiro, em Londres, centro financeiro da Europa e uma das maiores praças de negociação internacional desses produtos. “A medida não só pode desonerar o comércio exterior brasileiro como também harmoniza as regras aduaneiras do País. Todas essas commodities que são exportadas passam por aduanas”, afirmou o embaixador.
O acordo prevê medidas de desburocratização das vendas e compras externas. Para que entrasse em vigor, precisava ser ratificado por dois terços dos membros da OMC, o que envolveu um grande processo diplomático, já que 110 países precisaram dar o aval ao documento assinado em 2013. Ontem, quatro países – Ruanda, Omã, Chad e Jordânia – ratificaram o acordo, totalizando 112.
“O impacto será enorme”, disse Telles Ribeiro, que não soube estimar em valores os ganhos para o Brasil. Ele citou a projeção apresentada pelo diretor-geral da OMC, o também brasileiro Roberto Azevêdo, de redução dos custos de exportação e importação de até 14%. Os ganhos para a economia mundial chegariam a US$ 1 trilhão, conforme a entidade.
Telles Ribeiro, que chegou à capital britânica há pouco mais de seis meses, tem feito um trabalho direto com instituições como a Organização Internacional do Açúcar (OIA) e a Organização Internacional do Café (OIC), que atualmente passa por um processo de seleção da diretoria.