Água parada, calor e descaso: a aposentada Elisa Maria de Souza conhece bem as conseqüências dessa combinação. Morando pertinho do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela acha que pegou dengue em uma das caminhadas que costuma fazer pelo bairro.
? Muito enjôo, muita dor de cabeça, dor no corpo e você não consegue fazer nada, não consegue ficar em pé, fica tontinha ? explica Elisa.
Ao perceber os sintomas, ela procurou um hospital, mas saiu sem a certeza de que tinha a doença.
? Os médicos não sabem, mandam fazer o exame de sangue. Eu tirei sangue três vezes, queriam que eu fosse a quarta vez para saber se era dengue. Aí não fui mais ? diz a aposentada.
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No Brasil, são usados dois procedimentos para identificar e classificar o tipo de dengue: a orientação da Organização Mundial de Saúde, que é utilizada desde a década de 50, e uma norma alternativa, elaborada pelo Ministério da Saúde há dez anos. Mesmo assim, os médicos ainda têm dúvidas na hora de diagnosticar, principalmente, os casos mais graves.
O Brasil foi convidado pela OMS para participar de um estudo envolvendo mais sete países sobre propostas de classificação de casos. A partir do ano que vem, começam a valer normas simplificadas. Ao examinar os sintomas do paciente, vai ser possível classificar a doença com base em critérios mais precisos. Para o médico José Edson Pelicano, isso facilitará o controle da dengue no mundo todo.
? Certamente elas vão ser determinantes para melhorar a qualidade do atendimento e diminuir o sofrimento e eventuais desfechos desfavoráveis à morte de pessoas por conta desse vírus ? conclui o especialista.
