Onda de protestos pelo país atrapalha entrega da produção de cebolas de Minas Gerais para outros Estados

Produtividade média está chegando a 70 toneladas por hectareEm Minas Gerais, os protestos que fecharam rodovias nas últimas semanas vêm atrapalhando a vida dos produtores de cebola. Com bons preços e safra acima da média, a situação só não é melhor porque a safra não consegue ser entregue nos principais Estados consumidores.

A produção de cebola em Minas Gerais está concentrada nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba onde estão plantados 3,5 mil hectares, 500 a mais do que no ano passado. Existe uma migração de produtores de outras áreas que já estão saturadas.

No município de Santa Juliana, o cultivo de cebola é novidade que vem crescendo nas ultimas quatro safras com boa geração de emprego. Em uma área de 50 hectares, durante a colheita trabalham mais de 90 pessoas. Uma região com clima favorável, boa altitude, e ótima logística para atingir as principais capitais e todos os mercados que absorvem os diferentes tamanhos de cebola, de acordo com a finalidade e o bolso.

– Aproveitamos tudo, a caixa três, que é o padrão ideal para o consumo, é mais valorizada, caixa quatro que é a maior vai mais para restaurantes, indústrias, e a miudinha vai para o mercado que tem poder aquisitivo menor – explica o produtor de cebolas Mario Kido.

A produtividade média chega a 70 toneladas por hectare. Produzir bem não significa bom resultado na hora de fechar o balanço da safra, o mercado é instável.

Um ano atípico para o mercado da cebola. Em 2013 teve influência do clima, com a queda na produção no sul do país, além de atraso no plantio em São Paulo. Mas teve também a influência política, quando foi reduzida a importação de cebola da Argentina por decreto do governo do país. Mas as influências negativas para o preço da cebola ficaram por conta dos protestos por todo país nas últimas semanas, que prejudicaram a chegada dos caminhões até as grandes centrais de abastecimento.

– Há um mês, nossa safra aqui do Cerrado tinha uns preços muito bons, estavam praticando R$ 1,50 o quilo na roça. Hoje, essa onda de protesto que se espalhou pelo país atrapalhou um pouco o mercado, porque a mercadoria que está nos barracões, sendo beneficiada, não chega na Ceasa, então o pessoal segura a compra e o produto fica entulhado no mercado – diz o produtor Flávio Vilela.

O preço que hoje passa de R$ 1,15 quilo ainda é considerado bom. Mas só se mantém por causa das chuvas no Sul, que provocaram uma perda de 30%, e o mercado de lá sobrou para os produtores mineiros.

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