A substituição do combustível é importante, mas não suficiente para atender a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Em 2002, o órgão estabeleceu limites máximos para a emissão de poluentes por veículos automotores. Para garantir o cumprimento dessa norma, o Ministério Público Federal interveio e fez no ano passado um acordo com a Petrobras e montadoras de veículos.
Segundo a estatal, o uso do diesel S-50 reduz em no máximo 10% as emissões de partículas poluentes, enquanto o previsto seria de 70%. O problema está nos motores dos veículos atuais.
? Se não houver uma renovação de frota é puro engano pensar que vai se resolver o problema de poluição ? diz o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
De acordo com o secretário de Qualidade do Ar do Ministério do Meio Ambiente, Rudolf de Noronha, a renovação da frota já está em discussão, mas é uma questão complicada.
? É muito complexo porque os proprietários de caminhões mais antigos, que têm o efeito mais danoso, obviamente são os que têm a menor renda ? afirmou.
O diesel S-50 que está em uso hoje é importado, mas a Petrobras garante que o custo não aumentou. A estatal vai investir US$ 4 bilhões até 2012 para garantir a produção doméstica do combustível.
? É possível que ainda neste ano já tenhamos produção de diesel 50 no Brasil. A produção para atender o mercado todo vai ser possível por meio das novas unidades que estão em construção ? conta Paulo Roberto Costa.
A partir de maio, o diesel com menos enxofre estará disponível para toda a frota de veículos de Fortaleza (CE), Recife (PE) e Belém (PA). Em agosto será a vez de Curitiba (PR), mas apenas para os ônibus. Em janeiro do ano que vem, Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA) terão o transporte coletivo movido a S-50.